A semeadura do algodão de sequeiro, para a safra 2023-2024, foi antecipada e deverá ser feita no período de 11 de novembro a 31 de dezembro deste ano. Com isso, o período do vazio sanitário da próxima safra também será adiantado, ficando agendado para o dia 10 de setembro. A proposta da antecipação foi discutida e aprovada por unanimidade em reunião entre os integrantes da Comissão Técnica Regional do Algodão (CTR do Algodão), realizada no dia 15 de setembro, em formato híbrido, com participantes no escritório da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), em Barreiras (BA), e on-line.
Nas áreas irrigadas, a data permanece sendo o dia 10 de fevereiro, para finalização da semeadura. Ela é definida pela Portaria 201 de setembro de 2019, da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), como medida de controle do bicudo-do-algodoeiro, a praga mais representativa da cotonicultura brasileira.
“A reunião foi produtiva e buscou o equilíbrio entre a responsabilidade fitossanitária e a produção, adaptando as realidades regionais e climáticas”, afirmou o presidente da Abapa, Luiz Carlos Bergamaschi, que representou o Fundo para o Desenvolvimento do Agronegócio do Algodão (Fundeagro) na reunião. O encontro foi agendado para discussão, análise e recomendação das demandas dos produtores de algodão do estado da Bahia. O objetivo foi adequar o calendário agrícola e as recomendações fitossanitárias aos possíveis impactos climáticos do El Niño para o próximo ciclo.
Para Robson Luiz da Silva, da Associação dos Engenheiros Agrônomos de Luís Eduardo Magalhães (Agrolem), as discussões ajudam na flexibilização das datas de início de semeadura e vazio sanitário. “As condições climáticas determinam o plantio. Só por meio de uma discussão que envolva produtores e governantes, vamos conseguir chegar a uma data para a semeadura, porque não adianta fixar número de vazio sanitário. Ele veio para amenizar os problemas fitossanitários. Porém, está envolvido juntamente com a condição climática. Se plantamos fora de época, não teremos retorno nenhum de produção. Por isso, essa reunião é tão importante”, disse.
O presidente da Fundação Bahia, Ademar Marçal, que também é produtor, explicou que a estratégia é muito importante para o sucesso da próxima safra. “A antecipação do plantio foi uma decisão acertada e o trabalho com a genética precoce vai diminuir os riscos que podem ser ocasionados pelo clima, e favorecer para que tenhamos uma safra boa no próximo ciclo.”
Destruição de soqueiras
Ao todo, cinco pautas foram discutidas na reunião. Entre elas, a solicitação de alguns produtores para prorrogação de prazo para colheita e destruição das soqueiras, em função das chuvas das últimas semanas, que chegaram a 70 milímetros em um dia, em algumas regiões do interior baiano. Diante das alegações, ficou concedido o prazo de 10 dias, mediante solicitação em ofício encaminhada para Abapa e Adab.
A manutenção da região de Correntina igual às regiões de Campo Grande e Cascudeiro, conforme safra 2022/2023, foi mantida – a portaria 079/2022 será reeditada, e ficou aprovada a disponibilização, por meio da Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Abab), do cadastro das áreas produtoras de algodão para a Abapa. Já a manutenção da soqueira de segundo ciclo sem roçagem na região Sudoeste do Estado foi retirada da pauta, para ser tratada em pauta exclusivamente naquela região.
A CTR do Algodão é composta por 10 órgãos públicos e privados. Na ocasião, também participaram da reunião: Marcos Vinícios Videira de Santana e Nailton Sousa Almeida (Adab); Afonso Lucio Gomes Estrela de Freitas (Superintendência Federal de Agricultura e Pecuária -SFA-BA/Mapa); Paulo Almeida Schmidt (Abapa); Gustavo Prado (Abapa); Nilson Gonçalves Vicente (Fundação Bahia); Eneas Porto (Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia – Aiba); Antonio Carlos Araújo (Abapa); o pesquisador Fabiano Perina (Embrapa), entre outros.