O mercado interno de algodão teve uma semana de volatilidade e de comercialização moderada. Na ponta da indústria local, a demanda foi com interesse para atender necessidade pontual, informou a SAFRAS Consultoria.
Na quinta-feira (7), as cotações subiram, refletindo a boa alta da pluma na Bolsa de Nova York. O valor do algodão no CIF de São Paulo chegou a R$ 3,96/libra-peso no dia 7, uma alta de 1,28% na comparação com o dia anterior (6) e quinta-feira (30) da semana passada, quando o algodão era cotado a R$ 3,91/libra-peso. Em relação ao mês anterior, quando valia R$ 4,00/libra-peso, ainda há uma queda de 1%.
No FOB exportação, a pluma de algodão encerrou o dia 7 negociada a US$ 75,94, ante US$ 75,41 de uma semana atrás, uma valorização de 0,30%. O produto brasileiro na Bolsa de Nova York chegou a perder um pouco de competitividade durante os últimos dias, mas o vendedor apareceu com mais disponibilidade e com isso conseguiu se recuperar. O prêmio referencial para o contrato Março/24 ficou indicado a -6,95 centavos/libra-peso. Há uma semana era -4,65 centavos/libra-peso contra ICE US.
Estimativa de área – Imea
De acordo com o levantamento realizado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a estimativa de área para a safra 2023/24 do algodão, em Mato Grosso, é de 1,35 milhão de hectares, aumento de 3,21% ante a estimativa de nov/23 e de 12,60% quando comparado com o registrado na safra 2022/23. O cenário de intenção de incremento na área é pautado, principalmente, pela estimativa de redução no custo de produção do cotonicultor, o que estimula os produtores a investirem no algodão. Além disso, com o clima seco e quente afetando as lavouras de soja, muitos produtores, que já possuem o algodão como opção de segunda safra, estão optando em deixar de ressemear a oleaginosa para destinar essas áreas para o algodão, visto que a fibra, está mais competitiva em relação ao milho.
No entanto, cabe destacar que o clima pode influenciar no andamento dos trabalhos a campo do algodão, o que pode interferir na decisão final do cotonicultor no que se refere a real área a ser semeada.
Em relação à produtividade média do algodão em caroço para o estado, foi mantida a projeção de 284,35 @/ha, rendimento 8,61% inferior ao observado na safra 2022/23. Cabe ressaltar que há fatores ainda em aberto que podem influenciar na produtividade final do ciclo, como o percentual de área semeada dentro das condições consideradas ideais, os fatores climáticos, bem como a incidência de pragas e doenças no decorrer da temporada.
Diante do reajuste de área e a manutenção na estimativa de produtividade, a produção do algodão em caroço ficou em 5,78 milhões de toneladas, volume 2,91% superior ao registrado na safra 2022/23.