O mercado brasileiro de arroz demonstrou uma solidez contínua na terceira semana de outubro, embora alterações significativas de preço não estejam sendo observadas. “As transações que têm ocorrido parecem ser motivadas por necessidades imediatas de liquidez, refletindo, em parte, as despesas associadas ao plantio”, explica o analista e consultor de SAFRAS & Mercado, Evandro Oliveira.
Do lado industrial, observa-se um movimento direcionado ao varejo. “Contudo, tem havido desafios na hora de repassar os ajustes de preços no fardo do produto beneficiado”, pondera o consultor.
Este cenário está sendo avaliado com cautela pelos agentes, que, embora mantenham expectativas de um aumento na demanda, estão constatando que as vendas continuam se desenvolvendo dentro dos padrões normais.
Em um panorama internacional, os Estados Unidos estão na reta final de sua colheita de arroz, apresentando preços atrativos no mercado global. “Tal cenário, aliado ao bom ritmo de exportações estadunidenses, tem ofuscado as vendas externas brasileiras, que prosseguem em um ritmo mais contido”, explica o analista.
A média da saca de 50 quilos de arroz no Rio Grande do Sul, principal referencial nacional, era cotada a R$ 104,16 na quarta-feira (18), apresentando um avanço de 0,07% em relação à semana anterior. Em comparação ao mesmo período do mês passado, havia uma alta de 2,65%. E um aumento de 33,31% quando comparado ao mesmo período de 2022.
Em termos de progresso no campo, a instabilidade climática, especialmente no Sul, não tem sido impeditiva para o avanço dos trabalhos de plantio. Conforme dados da primeira apuração do Irga, o estado do Rio Grande do Sul já apresenta 31,83% de sua área semeada.
Na região da Fronteira Oeste gaúcha, onde o ritmo de semeadura foi bastante tímido em setembro, com avanço de somente 2,5%, houve uma recuperação expressiva. Nos últimos quinze dias, os produtores conseguiram aproveitar uma janela climática mais propícia, levando os trabalhos de plantio a ultrapassarem 56% da área prevista na região.