SÃO PAULO (Reuters) – A safra de milho de Mato Grosso 2022/23, com colheita recém-iniciada, foi estimada nesta segunda-feira em recorde de 48,99 milhões de toneladas, ante 47 milhões na previsão de maio, de acordo com números levantados pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
Isso significa um aumento de 11,74% na comparação com a temporada anterior.
O ajuste positivo na previsão aconteceu após um aumento na expectativa de produtividade da safra para 110,05 sacas por hectare, alta de 4,20% quando comparado com o último relatório.
“Esse cenário é reflexo do grande volume de áreas semeadas dentro da janela ideal (até o final de fevereiro), totalizando cerca de 80,00% das áreas de milho no Estado”, disse o Imea relatório.
“Além disso, foi observado um maior volume de chuva e uma melhor distribuição das precipitações neste ano em relação a 2022 na maior parte das regiões do Estado, o que auxiliou no desenvolvimento vegetativo e produtivo do milho.”
Já a safra de algodão do Estado 22/23 foi estimada em 2,17 milhões de toneladas (pluma), ante 2 milhões na previsão de maio, alta anual de quase 20%.
O aumento produção aconteceu após um ajuste na área plantada para um recorde de 1,2 milhão de hectares, avanço anual de 1,86%, em uma safra marcada também por recuperação na produtividade.
“Cabe destacar que as condições climáticas até o momento têm contribuído para o bom desenvolvimento das lavouras, inclusive das que foram semeadas fora da janela considerada ideal para a cultura”, disse o Imea
NOVA SAFRA
A nova safra de soja de Mato Grosso (2023/24) foi estimada em 43,78 milhões de toneladas, estável ante previsão de maio e uma queda anual de 3,39%, com o Imea prevendo uma produtividade menor do que no ciclo anterior, quando o maior produtor de grãos e oleaginosas do Brasil teve por recordes.
A nova safra só será plantada a partir de meados de setembro. Por ora, o Imea projeta aumento no plantio de 0,82%, para 12,2 milhões de hectares.
“Neste momento, os produtores do Estado estão concentrados na colheita do milho, o que reforça a incerteza quanto ao cenário produtivo para a próxima safra da oleaginosa”, disse.
Segundo o instituto ligado aos produtores, o “avanço anual está abaixo do que foi observado nos últimos anos, reflexo da desvalorização do grão e dos seus subprodutos nos últimos meses, o que está desmotivando maiores investimentos no incremento da área no Estado até o momento”.
(Por Roberto Samora)