A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) divulgou nesta quarta-feira (16) as projeções do setor para a produção e as exportações da avicultura e da suinocultura do Brasil até o fechamento de 2023 e para o ano de 2024. Entre os destaques estão os avanços na produção e exportação das carnes de frango e suína. Além disso, há a diferença entre a disponibilidade interna e do consumo per capita, que deve aumentar neste ano em 2024 para a carne de frango, e permanecer estável para a carne suína.
CARNE DE FRANGO
Em relação à carne de frango, os dados mostram que a produção até o final deste ano de 2023 tem a projeção de alcançar entre 14,800 a 14,950 milhões de toneladas, aumento de até 3% em relação aos dados de 2022. A projeção para 2024, é de que a produção da proteína avícola atinja até 15,500 milhões de toneladas, perfazendo um incremento de até 4,5%.
No caso das exportações de carne de frango, o ano de 2023 deve encerrar com embarques chegando a 5,100 e 5,200 milhões de toneladas, um incremento de até 8% no comparativo com 2022. A previsão para o ano de 2024 é de embarques podendo atingir 5,350 milhões de toneladas, crescimento de até 5% em relação a 2023.
Outro destaque trazido pela ABPA é a disponibilidade interna da proteína, que neste ano de 2023 deve aumentar, podendo alcançar 9,850 milhões de toneladas, aumento de até 1,5% em comparação ao ano passado. Isso deve se repetir na projeção para 2024, com aumento de até 3% na disponibilidade de carne de frango no mercado interno brasileiro, chegando a 10,150 milhões de toneladas.
O consumo per capita da proteína avícola também deve crescer, saindo dos 45,2 quilos por habitante/ano em 2022 e fechando 2023 podendo atingir 46,00 quilos, elevação de até 1,5%. A expectativa é de que o consumo brasileiro siga aumentando em 2024, com expectativa de elevação de até 3,00%, fechando em 47,00 quilos por habitante.
De acordo com o presidente da ABPA, Ricardo Santin, no início do ano havia uma projeção de produção de carne de frango estimada em 15 milhões de toneladas para 2023, mas que perdeu um pouco da força devido a uma ação preventiva das empresas.
“Houve um pico de exportação em março, que foi quando começaram a surgir os casos de influenza aviária na América do Sul. O planejamento é reduzir o alojamento e também diminuir o peso dos animais. No caso das exportações, devemos manter o que foi previsto no início do ano, e não havendo casos de influenza aviária em granjas comerciais, devemos romper a casa das 5,100 milhões de toneladas embarcadas”, disse Santin.
Sobre as previsões para 2024, ele detalha que há três pilares que, caso se sustentarem, devem amparar os números apresentados pela Associação: melhora do ambiente econômico, diminuição de produção/exportação de concorrentes, melhor convivência com casos de influenza aviária.
CARNE SUÍNA
Diferente da carne de frango, tanto a disponibilidade interna da carne suína quanto o consumo per capita têm perspectiva de permanecerem estáveis neste ano de 2023 e para 2024, conforme os dados da ABPA. Em 2022, o volume da proteína suinícola disponível em solo brasileiro foi de 3,863 milhões de toneladas, e o consumo per capita/ano, de 18,00 quilos, o que pode se repetir até o encerramento deste ano e em 2024.
No caso da produção de carne suína, 2023 pode atingir 4,950 a 5,050 milhões de toneladas, incremento de até 1,5% em relação a 2022. A projeção para 2024 é de que sejam produzidas entre 5,000 a 5,150 milhões de toneladas de carne suína, avanço de até 4%.
Em relação às exportações da proteína suinícola, até o final deste ano a expectativa é de embarques atingindo 4,950 e 5,050 milhões de toneladas, elevação de até 12% no comparativo com o ano passado. A tendência, segundo a ABPA, é de aumento também para 2024, com exportações batendo na casa das 1,300 milhões de toneladas, alta de até 8%.
Santin destaca a abertura e ampliação de mercados consumidores em 2023, além do reconhecimento, por exemplo, do Rio Grande do Sul por parte do Chile como livre de febre aftosa sem vacinação. “A República Dominicana, neste sentido, já habilitou plantas para poder comprar os produtos suinícolas de alguns Estados brasileiros”, disse.
“Sobre a China, temos um panorama de diminuição da oferta de leitões. No norte da China, que concentra 30% da produção, houve um retorno da Peste Suína Africana, o que motivou alguns abates. A produção de carne suína subiu um pouco, pelo abate antecipado de matrizes, e agora diminui, justamente por esta lacuna, além das enchentes que atingiram o país. Há uma tendência de aumento de preços no país asiático, que deve motivar uma ampliação nas importações de carne suína e também de frango do Brasil”, detalhou Santin.