Após abrirem a segunda-feira (21) em alta, os preços futuros do milho encerram as atividades deste primeiro dia da semana contabilizando reveses na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações recuaram e flutuaram na faixa entre R$ 53,50 e R$ 64,62.
O vencimento setembro/23 foi cotado à R$ 53,50 com desvalorização de 1,55%, o novembro/23 valeu R$ 56,95 com queda de 1,45%, o janeiro/24 foi negociado por R$ 60,90 com baixa de 1,14% e o março/24 teve valor de R$ 64,62 com perda de 1,19%.
Para o Analista de Mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, os contratos do cereal brasileiro acompanharam as movimentações negativas vindas da Bolsa de Chicago, que olhou para as condições climáticas complicadas para as lavouras norte-americanas.
“Após três sessões consecutivas de ganhos, os futuros do milho na B3 atuam em queda, seguindo o movimento de baixa da Bolsa de Chicago”, conclui a consultoria Agrinvest.
Em três semanas de agosto, o Brasil registrou embarque de 5.224.860,3 toneladas de milho não moído (exceto milho doce), de acordo com o novo reporte da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Isso já representa 70,16% do total exportado em agosto de 2022 (7.446.091,3 toneladas).
Com isso, a média diária de embarques destes 14 primeiros dias úteis ficou em 373.204,3 toneladas, o que na comparação ao mesmo período do ano passado, representa elevação de 15,3% com relação as 323.743,1 do oitavo mês de 2022.
Já no mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho registrou altas neste começo de semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou desvalorização apenas no Porto de Santos/SP. Já as valorizações apareceram nas praças de Palma Sola/SC, Rondonópolis/MT, Primavera do Leste/MT, Alto Garças/MT, Itiquira/MT, Sorriso/MT, Jataí/GO, Rio Verde/GO e Brasília/DF.
Confira como ficaram todas as cotações nesta segunda-feira
Na visão dos analistas da Agrinvest, o mercado interno continua observando as vendas de exportação de milho brasileiro, já que a paridade de exportação está favorecendo as vendas internacionais em relação aos negócios no mercado interno, remunerando melhor o produtor.
“Dessa forma, as expectativas de uma pressão nos preços domésticos durante a colheita da safrinha estão sendo contornadas por essa boa demanda na exportação”, afirma a Agrinvest.
Ainda nesta segunda-feira, o Cepea divulgou sua nota semanal apontando que, “ainda que a colheita de milho venha apresentando bom ritmo nas principais regiões produtoras de segunda safra, o movimento de queda das cotações do cereal perdeu força na semana passada”.
Pesquisadores do Cepea indicam que esse cenário se deve à retração de parte dos vendedores, que estão atentos à recente intensificação das exportações brasileiras de milho e à valorização do dólar. Muitos consumidores, por sua vez, evitam negociar grandes lotes, à espera de novas quedas nos preços.
Segundo pesquisadores do Cepea, esses demandantes estão fundamentados nas estimativas indicando safra recorde, nas dificuldades de armazenagem, que crescem à medida que as atividades de campo avançam, e, sobretudo, na proximidade de vencimento de dívidas relacionadas aos custeios.
Mercado Externo
Na Bolsa de Chicago (CBOT) a segunda-feira também começou positiva para os preços internacionais do milho futuro, mas acabou com recuos sendo contabilizados para os contratos do cereal norte-americano.
O vencimento setembro/23 foi cotado à US$ 4,69 com baixa de 10,25 pontos, o dezembro/23 valeu US$ 4,82 com desvalorização de 10,50 pontos, o março/24 era negociado por US$ 4,96 com queda de 9,75 pontos e o maio/24 teve valor de US$ 5,04 com perda de 9,75 pontos.
Esses índices representaram desvalorizações, com relação ao fechamento de última sexta-feira (18), de 2,09% para o dezembro/23, de 2,23% para o dezembro/23, de 1,98% para o março/24 e de 1,95% para o maio/24.
Segundo informações do site internacional Farm Futures, apesar dos ganhos do início da manhã, os preços do milho caíram no pregão de hoje, sugerindo uma rodada de realização de lucros depois que o mercado de milho fechou em alta três dias na semana passada.
As perdas no complexo do trigo também transbordaram hoje para a arena do milho, destacou a publicação.
“Mesmo com uma venda confirmada pelo USDA de 4,4 milhões de bushels de milho para o México para o ano comercial de 2023/24 anunciada esta manhã, melhorando os volumes semanais de inspeção de exportação, um dólar mais fraco e uma previsão do tempo forte, os mercados ainda estão em baixa, sugerindo que alguns dos primeiros relatórios do ProFarmer Tour são um pouco melhores do que o esperado”, relata BenPotter, analsita da Farm Futures.