A Argentina, um dos maiores exportadores de carne bovina do mundo, suspendeu as exportações por duas semanas enquanto o país se recupera de uma desvalorização da moeda local, depois que o candidato presidencial Javier Milei venceu a eleição primária em 13 de agosto.
Os embarques de toda a carne bovina foram suspensos enquanto os frigoríficos e o governo tentam entrar em acordo com novos níveis de preços, segundo um porta-voz da alfândega argentina. “Até que haja um acordo, não haverá licenças de exportação concedidas”, disse o comunicado.
A Argentina está se preparando para uma inflação galopante acelerar ainda mais depois que o governo, sem dinheiro, ficou sem dólares para defender o peso e o deixou cair 18% da noite para o dia, quando Milei surpreendeu em uma importante votação primária. O governo agora está lutando para impedir que a desvalorização passe rápida e totalmente para os preços locais de alimentos e combustíveis.
Os argentinos competem com seus vizinhos uruguaios como os maiores consumidores mundiais de carne vermelha, por isso os políticos acompanham de perto os preços. O governo já tem um longo embargo nas exportações de sete cortes de carne bovina mais populares entre os locais.
Antes mesmo da desvalorização, já eram esperados aumentos nos preços domésticos da carne bovina nos próximos meses.
A maior parte das exportações de carne bovina da Argentina vai para a China.
(Por Jonathan Gilbert e Ignacio Olivera Doll)