Com incentivo de Dubai, Brasil pode aumentar em 10% exportação de produtos halal

Em um mundo cada vez mais conectado, criar processos que facilitem a transposição de barreiras e o fluxo de comércio é premissa para gerar negócios entre os países. Esses são os fundamentos do World Logistics Passport (WLP), que é o primeiro programa de fidelidade de logística do mundo. A plataforma, criada pelo governo de Dubai, pretende colocar o emirado como o principal e maior hub logístico global. Para isso, visa estimular as rotas de comércio entre as nações.

O Brasil já faz parte da iniciativa, mas a ideia é estreitar ainda mais a relação do país com os Emirados Árabes Unidos. As ações do WLP podem contribuir diretamente para ampliar em 5% a exportação de produtos brasileiros para os EAU em 2024. Quando falamos só de mercadorias halal- um dos focos de desenvolvimento para Dubai- a contribuição da plataforma para o total de exportações pode ser ainda mais expressiva, gerando um aumento esperado de 10%.

Mahmood Al Bastaki, General Manager da WLP – Foto: Divulgação

Para isso, o World Logistics Passport oferece uma série de benefícios para membros e parceiros, como, por exemplo, prioridades de processo aduaneiro com linhas mais rápidas em portos e aeroportos, além de tarifas de movimentação reduzidas. “Nossa meta é oferecer rotas multimodais mais eficientes, tornando os negócios mais econômicos e gerando retenção na plataforma. Com isso, aumentamos a frequência e o volume das exportações dentro do programa e estimulamos o comércio ao redor do mundo”, explica Mahmood Al Bastaki, General Manager do WLP.

Atualmente, os EAU são o principal destino dos produtos brasileiros entre os países árabes. Em 2022, o Brasil exportou mais de US$3,2 bilhões, um aumento de quase 40%, em comparação com o ano anterior. E o principal item vendido é a carne de ave, fresca, refrigerada ou congelada, que faz parte justamente do chamado mercado halal.

Mercado halal

Halal é uma palavra árabe que significa lícito, permitido. Para além do termo, é um conceito que permeia a alimentação e o uso de produtos cosméticos e farmacêuticos por muçulmanos. É um mercado em ascensão, dada a projeção para os próximos anos de que os islâmicos devem representar 25% da população global, levando a um progressivo aumento no consumo dessa categoria de produtos.

O Brasil é hoje o principal exportador de halal no mundo, contribuindo com quase 30% do mercado de carne bovina e 25% do total de exportações de frango. Quando falamos do comércio entre Brasil e Emirados Árabes Unidos, os números são ainda mais significativos: 40% de todos os produtos negociados entre os países são proteína halal. Só Dubai foi responsável pela importação de 22 mil contêineres no ano passado.

Uma delegação do emirado, com a presença do General Manager Mahmood Al Bastaki, virá ao Brasil participar do segundo Global Halal Brazil Business Forum 2023, que será realizado nos dias 23 e 24 de outubro, em São Paulo. O evento contará ainda com o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, entre outras autoridades, empresários e especialistas no tema. O encontro pretende debater os avanços e desafios da produção e comercialização de produtos halal aqui e no mundo.

Além disso, o WLP também trabalha para desenvolver e ampliar outras rotas brasileiras: café, cacau e frutas. “São rotas que vão incrementar o comércio do Brasil não apenas para os Emirados Árabes, mas também para outros países do Oriente Médio, África e Ásia. Mais do que um programa de negócios, o WLP é um hub logístico que oferece conexões numa imensa rede colaborativa entre os países”, conclui Al Bastaki.

Sobre o World Logistics Passport

O World Logistics Passport (WLP) é uma plataforma de incentivo do governo de Dubai para facilitar o fluxo do comércio global. Trata-se do primeiro projeto do tipo no mundo. A iniciativa funciona como um programa de Fidelidade Logística e Conexões Internacionais baseado em incentivos, com recompensas a comerciantes e transitários que usam a plataforma para importação e exportação. Os parceiros oferecem benefícios de custos, redução de tempo e conexões estratégicas para os membros do WLP. O projeto tem o propósito de contribuir com a logística do comércio internacional, fornecendo informações sobre mercadorias, facilitando as transações, além de reduzir barreiras burocráticas.

Os benefícios permitem que empresas, nações e regiões tenham acesso a novos mercados, diversifiquem o comércio de produtos e aumentem seu market share. Atualmente, a plataforma WLP está presente em 20 países, entre eles: China, Índia, África do Sul, Egito, Vietnã e Brasil.

Por aqui, a agência começou os trabalhos em 2020, mas por conta da pandemia as operações estavam em fase embrionária. No mercado brasileiro, a plataforma ainda identifica e desenvolve rotas logísticas para empresas nacionais atuarem no Oriente Médio, África e Ásia.

Ao facilitar o comércio internacional de forma eficiente, o World Logistics Passport contribui para o desenvolvimento econômico sustentável, promovendo a cooperação entre nações e estimulando o crescimento da economia global.

Dentro da WLP, Al Bastaki lidera o desenvolvimento e implementação das principais soluções de facilitação do comércio da DP World, empresa multinacional de logística dos Emirados Árabes Unidos. Ele foi o responsável por introduzir nos portos gerenciados pela empresa um sistema de administração de cargas baseado em Inteligência Artificial, permitindo a transformação digital das operações e serviços aduaneiros, criando um fluxo contínuo de carga nos portos e em toda a cadeia de abastecimento comercial.

Antes de assumir o cargo no WLP, Mahmood Al Bastaki foi CEO da Dubai Trade, facilitadora comercial para empresas de logística e serviços.
Pela sua atuação nas áreas de comércio, logística e tecnologia, Al Bastaki foi eleito, em 2013, “Líder de Sucesso”, pelo Prêmio Feigenbaum de Excelência em Liderança, organizado pela Hamdan Bin Mohammed E-University. No mesmo ano, ganhou o prémio “CEO Popular do Ano”, no 6º Prêmio Marítimo Internacional. Em 2006, já havia sido reconhecido como um dos Líderes de Tecnologia Governamental pelo “Quem é Quem da Tecnologia Governamental – Oriente Médio”.

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