Por Luiz Antonio Pinazza
Engenheiro Agrônomo – agronegócio e sustentabilidade
Colaboração Aline Merladete
O Brasil lidera sozinho nas exportações mundiais de suco de laranja concentrado e congelado do Brasil (FCOJ, na sigla em inglês). Na safra 2022/23, em comparação com o período anterior, o resultado foi bem favorável em termo de receita, subindo de US$ 1,756 bilhão para US$ 2,038 bilhões (+16,06%). Esse valor apenas ficou abaixo das cifras auferidas nas temporadas de 2014/15 e de 2017/18. Já com relação a quantidade, houve redução de 1,036 milhão de toneladas para 1,028 milhão (-0,77%), com desempenho próximo dos níveis auferidos nas últimas décadas.
Consolidados e de alta renda, dois mercados tradicionais sobressaem no consumo do suco de laranja nacional, como mostram os dados da Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR) para essa temporada. Em primeiro lugar, os países da União Europeia, com queda na aquisição de 654,2 milhões de toneladas para 548,1 milhões toneladas (-16,2%) e desembolso de US$1,2 bilhão para US$ 1,1 bilhão (-8,3%). Em segundo lugar, os Estados Unidos, com aumento de 211,2 mil toneladas para 328.089 (+55,31%) e de US$ 384,8 milhões para US$ 691,5 milhões (+98,5%), em função da devastação causada pelos furacões nos pomares de laranja.
Nas complementações das exportações brasileiras, há o Japão, com recuo de 41,1 mil toneladas para 32,9 mil toneladas (-19,1%) e receita de US$ 69,6 milhões para US$ 68,1 milhões (2,1-%). A China se manteve estável, de 81,6 mil toneladas para 81,3 mil toneladas (-0,38%), mesmo sendo anos de alta nos preços, com faturamento crescente de US$ 95 milhões para US$ 242 milhões (154,7%). Os outros mercados somaram 37,9 mil toneladas e US$ 65,5 milhões em faturamento. Há espaços para crescer em outros destinos, como por exemplo, na conclusão do Acordo do Mercosul com a Coreia do Sul, que já chegou a importar 30 mil toneladas.