Com os custos de produção da suinocultura cedendo é de se esperar que os spreads interno e externo sigam melhorando, aponta o boletim de abril da Consultoria Agro do Itaú/BBA. Porém, acreditamos que, do lado dos preços do animal, ainda não há um driver forte o suficiente para uma melhora substancial.
A queda das temperaturas nos próximos meses é, em tese, positiva para a demanda doméstica mas, em um contexto de boa oferta de animais terminados, este efeito positivo tende a ser suave. E com os custos aliviando, será ainda mais improvável observarmos ajustes de produção para menor, de modo que a exportação continuará sendo a variável de ajuste dos preços do animal.
Neste sentido, a dinâmica da suinocultura chinesa desempenha papel relevante na perspectiva para o setor dada a relevância do destino. Embora os preços da carne suína no atacado chinês ainda estejam 8% maiores no comparativo abril 2023/2022, eles voltaram a cair em abril, pelo quinto mês consecutivo.
Mas, sem dúvida, o resultado obtido nos embarques para os outros destinos (não China e HK) nos últimos dois anos, em parte devido à peste suína africana em muitos países, diversificou a pauta de compradores, o que é bastante saudável.
É interessante o fato de que as exportações brasileiras de carne suína para a China foram 18% menores no primeiro trimestre de 2023 em relação ao igual trimestre de 2021, época crítica do abastecimento de carne suína na China devido à PSA, mas quando observamos o total exportado pelo país no mesmo comparativo, houve aumento de 9%.