Índia deve mesmo restringir exportações de açúcar e anúncio será em breve, diz Bloomberg

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A Índia, segunda maior exportadora global de açúcar, deve mesmo restringir suas exportações do adoçante na safra 2023/24 (outubro-setembro), que acabou de começar, em meio ao clima adverso no país com o fenômeno climático El Niño. O anúncio deve ser em breve, segundo a agência de notícias Bloomberg, com base no relato de fontes familiarizadas com o assunto que pediram para não serem identificadas.

A possibilidade de adoção de cotas de exportação está no radar, mas somente será utilizada se a oferta doméstica melhorar.

“A Índia registou as monções mais fracas dos últimos cinco anos e qualquer queda na produção agrícola aumentará a pressão sobre o primeiro-ministro Narendra Modi para controlar a inflação alimentar antes das eleições do próximo mês e em 2024. As restrições às exportações irão comprimir o mercado e possivelmente impulsionarão os futuros em Nova Iorque e Londres”, destaca a Bloomberg.

Áreas dos estados indianos de Karnataka e Maharashtra – principais regiões de cana do país – foram as mais secas desta monção, de acordo com o serviço meteorológico.

Se a proibição às exportações de açúcar for confirmada, essa seria a primeira vez em sete anos que a estratégia para garantir o abastecimento local é adotada. No ciclo 2022/23, o país usou um sistema de cotas para restringir os embarques, com uma máxima de 6 milhões de toneladas depois de as chuvas terem reduzido a produção. Em 2021/22, foram exportadas 11 milhões de toneladas do adoçante.

Um trabalhador carrega um saco de açúcar para carregá-lo em um caminhão de abastecimento em uma área de mercado em Calcutá, Índia, 25 de janeiro de 2019. REUTERS Rupak De Chowdhuri adquirem direitos de licenciamento
Futuros do açúcar atingiram máximas de 12 anos em setembro devido às preocupações com a oferta restrita, incluindo Índia e também Tailândia – Foto: Reuters

Os ministérios de Alimentação e Comércio da Índia não responderam a reportagem da agência sobre a restrição nas exportações.

Uma pesquisa realizada pela Bloomberg com 14 analistas de mercado, traders e processadores no mês passado apontou, por maioria, que a Índia pode não exportar açúcar nesta temporada devido à menor produção. Apenas dois dos entrevistados disseram que os embarques do país no ciclo produtivo que acabou de começar podem totalizar pelo menos 2 milhões de toneladas.

Apesar da informação desta quarta-feira (11) sobre a Índia – que impactaria fortemente o cenário de oferta global e elevaria a dependência da safra do Brasil, que está caminhando positivamente –, os preços do açúcar nas bolsas externas despencaram. A baixa do petróleo e dados sobre o avanço da safra no Centro-Sul brasileiro pesaram.

Os futuros atingiram máximas de 12 anos em setembro devido às preocupações com a oferta restrita, incluindo Índia e também Tailândia.

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