Por Eliana Raszewski e Maximilian Heath
BUENOS AIRES (Reuters) – O secretário de Agricultura da Argentina negou nesta terça-feira que o país tenha suspendido a exportação de carne bovina por 15 dias, depois que uma fonte do governo informou que eles haviam fechado os embarques para conversar com os frigoríficos sobre o preços dos alimentos.
“No @Economia_Ar (Ministério da Economia) estamos negociando preços de carne para o mercado interno e não há suspensões à exportação de carnes”, disse Juan José Bahillo, chefe da Secretaria de Agricultura, em sua conta do X, antigo Twitter.
A notícia inicial do fechamento das exportações de carne, reproduzida por diferentes meios de comunicação argentinos, se difundiu poucos dias depois de uma dolorosa derrota do partido no poder na primárias presidenciais realizadas no domingo.
A Argentina é tradicionalmente um dos principais exportadores globais de carne bovina, um alimento particularmente sensível entre os argentinos, que veem em seus níveis de consumo um indicador de bem-estar.
Porém, diante da inflação que até junho foi de 116% ao ano, os preços da carne nos últimos meses registraram fortes aumentos, impactando a vida social dos argentinos, que costumam se reunir com a família ou com amigos para comer carne grelhada no que eles chamam de “asados”.
Durante o governo do atual presidente, o peronista Alberto Fernández, houve um caso de suspensão das exportações de carne, em maio de 2021, quando a Argentina suspendeu os embarques de alimentos, por um mês, para tentar conter seus preços.
Nas primárias de domingo, a coalizão peronista que governa a Argentina acabou sendo a terceira força mais votada, atrás de uma coalizão de oposição de centro-direita e do candidato libertário, Javier Milei, que inesperadamente recebeu o maior número de votos em jogo.
(Reportagem de Eliana Raszewski e Maximilian Heath)