A sexta-feira (16) chega ao final com os preços futuros do milho contabilizando movimentações positivas na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações flutuaram na faixa entre R$ 57,10 e R$ 67,27 e acumularam elevações semanais de até 7,8%.
O vencimento julho/23 foi cotado à R$ 57,10 com elevação de 4,10%, o setembro/23 valeu R$ 61,92 com valorização de 4,52%, o novembro/23 foi negociado por R$ 64,67 com ganho de 4,05% e o janeiro/24 teve valor de R$ 67,27 com alta de 4,18%.
No acumulado semanal, os contratos do cereal brasileiro somaram valorizações de 7,27% para o julho/23, de 7,69% para o setembro/23, de 7,87% para o novembro/23 e de 7,63% para o janeiro/24, em comparação ao fechamento da última sexta-feira (09).
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, a B3 está sendo puxada pela boa demanda que está presente nos portos e pela colheita ainda lenta, que limita a oferta neste momento.
“O mercado está apostando que essa alta de Chicago veio pra ficar e vai manter esses altos níveis lá fora e dar condições melhores de exportação. Isso é uma boa notícia para o produtor da safrinha, já que a maior parte da safrinha ainda está por comercializar”, afirma Brandalizze.
O Analista da Céleres Consultoria, Enílson Nogueira, também acredita esta recuperação pode ser uma oportunidade para o produtor brasileiro, mas diante da colheita avançando para uma safrinha de 100 milhões de toneladas, essa recuperação dos preços no Brasil fica limitada.
Nogueira destaca então, a necessidade de seguir acompanhando as movimentações de clima e mercado. Caso essas secas dos EUA permaneçam e efetivamente se convertam em cortes de produção por lá, ai os preços podem subir no Brasil também. Mas caso as lavouras americanas se recuperem e a chuva volte, só restará pressão negativa por aqui.
No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho também teve um último dia da semana positivo. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou desvalorização apenas em Sorriso/MT. Já as valorizações apareceram nas praças de Ubiratã/PR, Marechal Cândido Rondon/PR, Pato Branco/PR, Palma Sola/SC, Jataí/GO, Rio Verde/GO, São Gabriel do Oeste/MS, Eldorado/MS, Cândido Mota/SP, Campinas/SP e Porto de Santos/SP.
Confira como ficaram todas as cotações nesta sexta-feira
De acordo com a análise diária da Agrifatto Consultoria, “seguindo o ritmo dos dias anteriores, o milho segue sendo comercializado na faixa dos R$ 54,00/sc em Campinas/SP, com os negócios ocorrendo de maneira pontual”.
Na visão da SAFRAS & Mercado, o mercado brasileiro de milho apresentou uma evolução de negócios bastante lenta ao longo da semana. “Os produtores se mostraram mais retraídos nas fixações de oferta do cereal, observando o movimento de alta na Bolsa de Chicago diante das preocupações com o clima nos Estados Unidos”.
“Já os compradores também seguiram na defensiva, realizando apenas aquisições pontuais de milho, pois esperam um movimento maior de queda nas cotações assim que a colheita da safrinha ganhar forma no Brasil, com o ingresso de grandes volumes de ofertas do cereal”, complementa a consultoria.
Mercado Externo
A Bolsa de Chicago (CBOT) também encerrou as atividades desta sexta-feira com grandes avanços registrados nos preços internacionais do milho futuro.
O vencimento julho/23 foi cotado à US$ 6,40 com ganho de 17,00 pontos, o setembro/23 valeu US$ 5,94 com valorização de 24,00 pontos, o dezembro/23 foi negociado por US$ 5,97 com alta de 23,00 pontos e o março/24 teve valor de US$ 6,04 com elevação de 21,75 pontos.
Esses índices representaram ganhos, com relação ao fechamento da última quinta-feira (15), de 2,73% para o julho/23, de 4,21% para o setembro/23, de 4,01% para o dezembro/23 e de 3,78% para o março/24.
No acumulado semanal, os contratos do cereal brasileiro somaram valorizações de 5,96% para o julho/23, de 13,36% para o setembro/23, de 12,64% para o novembro/23 e de 11,85% para o janeiro/24, em comparação ao fechamento da última sexta-feira (12).
Segundo informações do site internacional Farm Futures, os preços do milho subiram visivelmente em uma onda de compras técnicas, já que o mercado de alta do clima atual foi estendido por mais um dia.
“Quase todo o Cinturão do Milho está pelo menos anormalmente seco, com algumas áreas se intensificando para uma seca moderada ou severa”, destaca Jacqueline Holland, analista da Farm Futures.
O site internacional Successful Farming, aponta que, o próximo relatório de Progresso da Cultura do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) mostre outro declínio de 2 a 4% nas classificações de milho e soja.