A segunda-feira (17) chega ao final com os preços futuros do milho acumulando novas movimentações negativas na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações flutuaram na faixa entre R$ 72,00 e R$ 75,09.
O vencimento maio/23 foi cotado à R$ 72,00 com queda de 2,66%, o julho/23 valeu R$ 72,30 com desvalorização de 72,30%, o setembro/23 foi negociado por R$ 73,00 com perda de 2,41% e o novembro/23 teve valor de R$ 75,09 com baixa de 2,24%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, a B3 está sentindo a falta de demanda dos portos e, do lado do mercado interno, há desinteresse das indústrias de ração, que não estão atuando porque tem muita oferta de milho neste momento.
“O mercado está acomodado. Mesmo em um dia de alta em Chicago e alta de dólar”, destaca Brandalizze.
Nas duas primeiras semanas de abril, o Brasil registrou exportação de 351.072,2 toneladas de milho não moído (exceto milho doce), de acordo com os dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Sendo assim, o volume acumulado nestes 9 primeiros dias úteis do mês representa 50,8% do total de 690.295,8 toneladas que foram exportadas durante todo o mês de abril de 2022. Com isso, a média diária de embarques ficou em 39.008 toneladas, o que na comparação ao mesmo período do ano passado, representa elevação de 7,4% com relação as 36.331,4 do quarto mês de 2022.
No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho também teve um primeiro dia da semana negativo. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas não identificou valorização em nenhuma das praças, mas percebeu desvalorizações em Não-Me-Toque/RS, Ubiratã/PR, Londrina/PR, Cascavel/PR, Castro/PR, Marechal Cândido Rondon/PR, Pato Branco/PR, Palma Sola/SC, Sorriso/MT, Eldorado/MS, Machado/MG, Cândido Mota/SP, Porto Paranaguá/PR e Porto Santos/SP.
Confira como ficaram todas as cotações nesta segunda-feira
De acordo com a análise diária da Agrifatto Consultoria, “o milho segue sentindo o efeito da maior oferta e queda do dólar, encerrando a sexta-feira sendo negociado na média de R$ 76,00/sc no mercado físico de Campinas/SP”.
Ainda nesta segunda-feira, o Cepea divulgou sua nota semanal apontando que, diante da expectativa de safra 2022/23 recorde no Brasil, os preços do milho vêm registrando fortes quedas diárias consecutivas, com baixas sendo verificadas desde o encerramento de março.
De acordo com colaboradores do Cepea, enquanto compradores internos adquirem apenas pequenos volumes no spot, vendedores estão mais flexíveis nos preços de negociações, e exportadores priorizam as negociações envolvendo a soja.
Mercado Externo
Já os preços internacionais do milho futuro encerraram a segunda-feira contabilizando movimentações positivas na Bolsa de Chicago (CBOT).
O vencimento maio/23 foi cotado à US$ 6,76 com valorização de 10,25 pontos, o julho/23 valeu US$ 6,42 com elevação de 6,75 pontos, o setembro/23 foi negociado por US$ 5,74 com alta de 6,75 pontos e o dezembro/23 teve valor de US$ 5,66 com ganho de 6,75 pontos.
Esses índices representaram valorizações, com relação ao fechamento da última sexta-feira (14), de 1,50% para o maio/23, de 1,10% para o julho/23, de 1,23% para o setembro/23 e de 1,07% para o dezembro/23.
Segundo informações do site internacional Successful Farming, os preços futuros do milho em Chicago receberam apoio dos novos números de exportação divulgados hoje pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
Na última semana, foram embarcadas 1,215,221 milhão de toneladas, enquanto as projeções variavam de 700 mil a 1,050 milhão de toneladas.
Naomi Blohm, consultora sênior de mercado da Total Farm Marketing, destacou para a Seccessful Farming que as inspeções de exportação de milho aumentaram esta semana e deixaram as exportações de 2023 um pouco mais alinhadas com as de 2022.