A segunda-feira (02) chega ao final com os preços futuros do milho contabilizando movimentações positivas na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações flutuaram na faixa entre R$ 59,35 e R$ 67,00.
O vencimento novembro/23 foi cotado à R$ 59,35 com alta de 1,70%, o janeiro/24 valeu R$ 63,50 com valorização de 1,84%, o março/24 foi negociado por R$ 67,00 com ganho de 1,52% e o maio/24 teve valor de R$ 66,30 com elevação de 0,91%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, os futuros do milho na B3 receberam apoio positivo da Bolsa de Chicago em alta e do dólar subindo ante ao real.
“Continuo acreditando em alta maior para o milho porque o milho, tecnicamente, está muito barato perante a soja com relação de troca de bushel de milho por bushel de soja fora do normal. O mercado ainda é positivo”, diz Brandalizze.
A Agrinvest também destaca esta relação de alta do dólar e do milho em Chicago refletindo um novo rally para o milho na B3.
“O contrato novembro está na máxima de dois meses, cotado acima dos R$ 59/saca. A queda dos níveis do rio Mississippi está diminuindo a capacidade de execução dos contratos na exportação e encarecendo o custo do frete das barcaças, reduzindo a atratividade do milho dos EUA e aumentando a procura pelo cereal do Brasil”.
O mês de setembro chegou ao final com o Brasil tendo embarcado 8.756.939,2 toneladas de milho não moído (exceto milho doce) para exportação, de acordo com o mais recente reporte da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Isso representou 36,36% a mais do que o total exportado em setembro de 2022 (6.421.876 toneladas).
Os números vieram abaixo do esperado pela Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC) que esperava exportação de 9,59 milhões de toneladas de milho no mês, patamar que já havia sido recuado das originais 10 milhões de toneladas esperadas.
No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho teve um primeiro dia da semana mais positivo do que negativo. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou desvalorizações apenas em Ubiratã/PR, Castro/PR e Pato Branco/PR. Já as valorizações apareceram nas praças de Marechal Cândido Rondon/PR, Jataí/GO, Rio Verde/GO, Eldorado/MS, Itapetininga/SP, Campinas/SP e Porto de Santos/SP.
Confira como ficaram todas as cotações nesta segunda-feira
Ainda nesta segunda-feira, o Cepea divulgou sua nota semanal apontando que, as cotações do milho voltaram a avançar no Brasil na semana passada.
“O impulso veio da retração de muitos vendedores, que estão atentos à demanda internacional aquecida, aos avanços dos preços externos e à valorização do dólar. Neste cenário, compradores domésticos voltaram a relatar dificuldades para negociar novos lotes. As altas nos preços internacionais, por sua vez, se devem à valorização do trigo e à retração de vendedores dos Estados Unidos, que consideram baixos os atuais patamares de preços. Esses vendedores norte-americanos também estão de olho no clima desfavorável em partes do Hemisfério Norte”, explica o Cepea.
Também neste primeiro dia de outubro, a consultoria StoneX revisou suas estimativas de produção de milho para a safra 2023/24 reduzindo a área plantada da safra de verão de 4,1 para 3,9 milhões de hectares e deixando a produção em 27,5 milhões de toneladas, volume 2,6% menor que o reportado na estimativa de setembro.
Mercado Externo
Os preços internacionais do milho futuro encerraram a segunda-feira acumulando movimentações positivas na Bolsa de Chicago (CBOT), subindo mais de 2% neste primeiro pregão de outubro
O vencimento dezembro/23 foi cotado à US$ 4,88 com valorização de 12,00 pontos, o março/24 valeu US$ 5,03 com alta de 12,00 pontos, o maio/24 foi negociado por US$ 5,12 com elevação de 11,75 pontos e o julho/24 teve valor de US$ 5,17 com ganho de 11,75 pontos.
Esses índices representaram valorizações, com relação ao fechamento da última sexta-feira (29), de 2,52% para o dezembro/23, de 2,44% para o março/24, de 2,40% para o maio/24 e de 2,38% para o julho/24.
Segundo informações do site internacional Farm Futures, os preços do milho apresentaram tendência de alta de mais de 2% e obtiveram ganhos de dois dígitos após uma sólida rodada de compras técnicas na segunda-feira.
A publicação destaca que, exportadores privados anunciaram ao Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) a venda de 8,3 milhões de bushels de milho para entrega ao México durante a campanha de comercialização de 2023/24, que começou em 1º de setembro.
A consultoria Agrinvest acrescenta ainda que, estoques mais baixos no relatório do USDA da última sexta-feira (29) trouxeram viés altista para o cereal nesta segunda-feira na CBOT. “Parte desses ganhos também estão ligados aos níveis de preços do milho em Chicago, que estão em seus menores patamares de 3 anos”.