Coamo deve aprovar investimento em usina de etanol de milho no Paraná

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Por Roberto Samora

SÃO PAULO (Reuters) – A Coamo Agroindustrial, maior cooperativa agrícola do Brasil, deverá levar para aprovação em assembleia de cooperados no próximo dia 13 o projeto da primeira usina de etanol exclusivamente de milho do Paraná, disse o presidente-executivo Airton Galinari, em entrevista à Reuters nesta terça-feira.

A usina da Coamo poderia produzir 258 milhões de litros/ano de etanol e 180 mil toneladas/ano do coproduto do processamento DDG (do inglês, grãos secos de destilaria), usado na fabricação de ração.

A usina de etanol de milho da Coamo poderia industrializar cerca de 20% do cereal recebido pela cooperativa, colaborando para agregar valor aos cooperados, destacou o executivo.

“A gente sempre busca a melhor remuneração para remunerar melhor o milho do cooperado. O objetivo da verticalização é sempre agregar valor ao produto básico”, afirmou Galinari, acrescentando que o valor do investimento será divulgado durante a assembleia na próxima semana.

“Vamos ter a assembleia para aprovação dos investimentos do triênio 2024 a 2026 no dia 13 de dezembro, e estes investimentos vão contemplar, se aprovados e devem ser, uma indústria de etanol de milho”, disse.

A Coamo, com sede em Campo Mourão (Paraná) e atuação em Santa Catarina e Mato Grosso do Sul, deve fechar 2023 com receita entre 30 bilhões e 31 bilhões de reais, aumento de mais de 10% ante 2022, segundo o presidente, que lembrou que no ano passado os resultados sofreram impacto da quebra de safra.

Na safra de soja 2023/24, que será colhida em 2024, a Coamo lida com alguns problemas climáticos, como excesso de chuvas e falta delas para plantio em algumas áreas. Mas lavouras estão “boas” de forma geral, afirmou ele.

“Algumas regiões estão um pouco atrasadas, em outras estão excelentes, na região oeste do Paraná está excelente. Em Mato Grosso do Sul algumas regiões sentiram a falta de chuvas, teve um pouco de atraso, em áreas pequenas tiveram replantios, mas voltou a chover bem e a soja tem recuperado bem”, disse ele.

“A expectativa é de uma safra boa, talvez o que se tenha seja uma redução de área de milho em função do atraso que teve (na soja), mas é um pouco cedo para cravar, há uma expectativa de que haja uma pequena redução na área de plantio de milho segunda safra”, acrescentou.

Assim, neste momento, ele prevê que a safra de grãos 2023/24 da Coamo deve ter uma estabilidade ante ciclo anterior (2022/23), que foi recorde.

Com grande volume colhido na temporada 2022/23, a Coamo está ampliando as exportações neste ano.

Os embarques para o exterior de grãos, farelos e alguns volumes óleo da Coamo até o momento em 2023 somam 4,3 milhões de toneladas, mais que o dobro de 2022, quando safra de soja sofreu com seca.

Galinari destacou que a Coamo ampliou as exportações de grãos para seis portos em 2023 para lidar com gargalos logísticos em Paranaguá, o importante porto do Paraná cuja capacidade tem crescido menos que a safra.

A Coamo, acrescentou ele, deve fechar 2023 com recebimentos de cerca de 6 milhões de toneladas de soja, quase o dobro das 3,3 milhões de 2022, quando a safra quebrou.

Os recebimento de milho da Coamo estão estimados em 3,34 milhões de toneladas em 2023, volume próximo do registrado em 2022. No trigo, a cooperativa deve receber 730 mil toneladas neste ano, versus cerca de 600 mil no ano passado, diz presidente.

(Por Roberto Samora)

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