A terça-feira (01) chega ao final com os preços futuros do milho, que operaram a maior parte do dia no campo negativo da Bolsa Brasileira (B3), se recuperando e registrando movimentações levemente positivas. As principais cotações flutuaram na faixa entre R$ 55,51 e R$ 66,77.
O vencimento setembro/23 foi cotado à R$ 55,51 com alta de 0,20%, o novembro/23 valeu R$ 59,20 com elevação de 0,22%, o janeiro/24 foi negociado por R$ 62,70 com ganho de 0,21% e o março/24 teve valor de R$ 66,77 com valorização de 0,41%.
A análise da Agrinvest aponta que os preços do milho na B3 tiveram pressão negativa vinda da Bolsa de Chicago, mas, por outro lado, recebeu apoio com a valorização do dólar em relação ao real. Porém, olhando para a frente, os analistas acreditam em novas desvalorizações do cereal.
“Com a intensificação da colheita abundante da segunda safra de milho do Brasil, a perspectiva é de pressão nos preços para as próximas semanas, já que o mercado está começando a ficar mais ofertado. Diante dessa desvalorização no milho, muitos produtores já indicam que vão reduzir suas intenções de plantio para a safra de milho verão”, afirma a consultoria.
O mês de julho se encerrou com o Brasil registrando exportação de 4.301.041,3 toneladas de milho não moído (exceto milho doce), de acordo com o novo reporte da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Isso representa 4,4% a mais do que o total exportado em julho de 2022 (4.119.091,2 toneladas).
Na visão de Roberto Carlos Rafael, da Germinar Corretora, os embarques de milho poderiam ter sido maiores se não fosse a dificuldade logística dos portos para embarcar todos os produtos ao mesmo tempo, mas acredita que as exportações deverão ganhar novo ritmo neste restante de 2023.
“Tivemos no início do ano o milho atrapalhando a soja e agora a soja atrapalhando o milho por conta dos volumes que nós produzimos. Nós esperávamos algo ao redor de 8 milhões de toneladas de exportação de milho, mas temos hoje nos portos entre em carregamento, espera e já anunciado navios chegando, com algo ao redor de 9,5 milhões de toneladas. Então uma hora isso vai começar a acontecer, mas é muita soja e milho e agosto, provavelmente, vai ser o mês que mais se exportou produto”, afirma.
No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho se movimentou pouco, e entre altos e baixos, neste primeiro dia do mês. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas percebeu valorizações em Sorriso/MT e Oeste da Bahia e identificou desvalorizações em Pato Branco/PR, Palma Sola/SC e Campinas/SP.
Confira como ficaram todas as cotações nesta terça-feira
Em sua nota diária, a Agrifatto Consultoria destacou que, “o milho voltou a ser comercializado na casa dos R$ 53,50/sc no mercado físico de Campinas/SP, motivado pela melhora nas condições climáticas dos Estados Unidos e expectativa de maior oferta global”.
Mercado Externo
Os preços internacionais do milho futuro terminaram o pregão desta terça-feira acumulando novas movimentações negativas na Bolsa de Chicago (CBOT).
O vencimento setembro/23 foi cotado à US$ 4,97 com desvalorização de 7,00 pontos, o dezembro/23 valeu US$ 5,07 com queda de 5,75 pontos, o março/24 foi negociado por US$ 5,19 com perda de 5,25 pontos e o maio/24 teve valor de US$ 5,27 com baixa de 4,75 pontos.
Esses índices representaram quedas, com relação ao fechamento da última segunda-feira (31), de 1,39% para o setembro/23, de 1,17% para o dezembro/23, de 1,14% para o março/24 e de 0,94% para o maio/24.
Segundo informações do site internacional Farm Futures, os preços do milho voltaram a cair no vermelho na terça-feira, devido em grande parte às previsões mais brandas para a primeira quinzena de agosto, juntamente com as preocupações persistentes com a demanda.
“Os comerciantes ignoraram amplamente as últimas quedas de qualidade que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou na tarde de segunda-feira”, destaca o analista de Farm Futures, BenPotter.
As classificações de qualidade do milho caíram dois pontos na semana passada, com os analistas esperando apenas uma queda de um ponto. Isso deixa 55% da safra agora classificada em condições boas a excelentes, outros 30% classificados como regulares (inalterados em relação à semana passada), e os 15% restantes classificados como ruins ou muito ruins (aumento de dois pontos em relação à semana passada).