A flutuação populacional de cigarrinha do milho (Dalbulus maidis) deixa de ser monitorada em 51 lavouras de milho no estágio reprodutivo e 17 no estágio vegetativo seguem no monitoramento da população em Marechal Cândido Rondon (PR) pela equipe do Alerta Cigarrinha. O Boletim Técnico nº 14 – Alerta Cigarrinha, divulgado no fim da tarde desta sexta-feira (28), aponta que a média de insetos capturados por armadilha é de 161,7 e ainda destaca que 100% das lavouras monitoradas saíram da fase de risco.
Conforme a equipe do Alerta Cigarrinha, com a finalização das coletas de dados de cigarrinha de todas as lavouras de milho na fase reprodutiva não é mais possível determinar a média de captura da praga por distrito.
No período de avaliação entre os dias 18 e 24 de abril foram contabilizadas 17 armadilhas de lavouras tardias que não entraram nos estágios reprodutivos, das quais, uma na sede do município rondonense, cinco do Distrito de Iguiporã, quatro em Novo Horizonte, três em Novo Três Passos, uma em São Roque e três no Distrito de Porto Mendes, cujas localizações podem ser visualizadas no mapa (Figura 1).
As condições climáticas no período apresentaram média de precipitação pluvial acumulada no município de 3,1 mm, com variação na distribuição das chuvas sendo registrado média de 0 mm nos distritos de Novo Três Passos, São Roque e Porto Mendes e 17 mm no Distrito de Iguiporã.
A temperatura média no período foi de 19 °C, com máxima de 24,7 ºC e mínima de 14,7 ºC e a umidade relativa do ar média de 77% com máxima de 92% e mínima de 53%.
Aplicação de inseticida
A aplicação de inseticida vem reduzindo devido ao estágio avançado da cultura na maioria das lavouras, nesse sentido, 1,7% fizeram manejo com apenas uma aplicação, 5,2% duas aplicações, 19% três aplicações, 32,8% quatro aplicações, 6,9% cinco aplicações e 31% já manejaram as pragas iniciais com inseticidas por no mínimo seis vezes.
O uso de controle biológico também tem sido opção adotada por alguns produtores, dos quais 13,8% já realizaram pelo menos uma aplicação de produtos biológicos a base de fungos entomopatogênicos.
17 armadilhas em operação
Quanto a população de cigarrinhas, as 17 armadilhas ainda em operação capturaram um total de 2.749 cigarrinhas, variando de quatro a 638 cigarrinhas, média de 161,7 cigarrinhas por armadilha.
Dentre as armadilhas em operação na sede municipal a única armadilha em operação capturou 49 cigarrinhas, no Distrito de Iguiporã a média foi de 353,8 cigarrinhas, Novo Horizonte média de 147,5 cigarrinhas, Novo Três Passos média de 23 cigarrinhas, em São Roque com apenas uma armadilha que capturou quatro cigarrinhas e, por fim, o Distrito de Porto Mendes com média de 70 cigarrinhas capturadas. O Distrito de Margarida não tem mais armadilhas em operação.
Para cada região de monitoramento no período de 16 de janeiro a 20 de março foram coletadas amostras de cigarrinhas nas armadilhas que capturaram o maior número de cigarrinhas, para analisar se elas estão ou não contaminadas com os molicutes (Candidatus Phytoplasma asteris e Spiroplasma kunkelii) e o vírus da risca do milho (Maize Rayado Fino Virus – MRFV).
Os resultados de infectividade da nona avaliação referentes a captura de cigarrinhas no período de 14 a 21 de março podem ser visualizadas na Tabela 1 e a presença de pontos positivados com pelo menos um patógeno desde o início das avaliações, para os pontos de avaliações ainda ativos, pode ser visto no mapa (Figura 1) marcados com sinal de positivo (+).
Resultado de infectividade das cigarrinhas coletadas das armadilhas anteriores a data de 14 de março podem ser consultados em boletins anteriores disponíveis no Portal da Adapar.
Na 14ª semana de avaliação da flutuação populacional de cigarrinhas no milho a precipitação pluvial foi baixa (média na semana 3,1 mm) e isso favorece a multiplicação de cigarrinhas.
Inoculação de molicutes
Nesse momento, todas as propriedades em monitoramento (100%) das lavouras já passaram do estádio de 8 folhas expandidas (V8), estágio no qual poucos danos são registrados pela inoculação de molicutes, ou seja, saíram da fase de maior risco e caso não tenham sido contaminadas pelos patógenos, apresentam baixo risco de perda de produtividade nestas fases.
Estágio fenológico
A Figura 2 mostra o número de lavouras de milho safrinha monitoradas em cada estágio fenológico da cultura na semana do dia 18 a 24 de abril. Contudo, para quem circula pelo interior de Marechal Cândido Rondon, nota um número grande de lavouras de milho, não monitoradas pelo Rede de Monitoramento Alerta Cigarrinha, que ainda estão em fases anteriores ao V8 e que podem ser prejudicadas pelo alto nível populacional das cigarrinhas nessa época do ano.
O Distrito de Iguiporã tem ainda cinco armadilhas em operação das quais duas apresentaram mais de 400 cigarrinhas capturadas, sendo marcadas com pontos pretos no mapa (Figura 1), ilustrando esse aumento populacional, cujo pico é alcançando anualmente entre os meses de março e abril, sendo mais difícil a manutenção da população de cigarrinhas nessa época. Assim, semeaduras tardias sem material genético tolerante e falha no manejo da praga podem se tornar inviáveis.
A cada semana o número de armadilhas diminui na medida em que as lavouras entram na fase reprodutiva, mas intensifica-se a visita as propriedades, na medida em que as lavouras entram no estádio R5, para quantificar a ocorrência de enfezamentos e do vírus da risca do milho, sendo que cada propriedade receberá a visita de fitopatologistas para essa atividade.
Acompanhamento do Alerta Cigarrinha
O jornal O Presente Rural realizou uma parceria com a equipe do Projeto Alerta Cigarrinha e é o veículo de mídia oficial para divulgação dos boletins técnicos.
Para acompanhar os resultados e informações do último monitoramento clique no Boletim Técnico nº 14 – Alerta Cigarrinha.