A sexta-feira (06) chegou ao final com os preços futuros do milho operando no campo negativo da Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações flutuaram na faixa entre R$ 60,67 e R$ 68,70, mas ainda acumularam valorizações de até 4% ao longo da semana.
O vencimento novembro/23 foi cotado à R$ 60,67 com queda de 0,25%, o janeiro/24 valeu R$ 64,57 com desvalorização de 0,48%, o março/24 era negociado por R$ 68,70 com perda de 0,09% e o maio/24 teve valor de R$ 66,87 com baixa de 0,04%.
Já no acumulado semanal, os contratos do cereal brasileiro registraram valorizações de 3,96% para o novembro/23, de 3,56% para o janeiro/24, de 4,09% para o março/24 e de 1,78% para o maio/24.
O Analista da Germinar Corretora explica que, no último mês, os preços do milho subiram cerca de 10% apoiados pela valorização cambial, já que o dólar subiu cerca de 8% ante ao real no mesmo período.
Vlamir Brandalizze, analista de mercado da Brandalizze Consulting, destaca ainda que as cotações da B3 já estão muito próximas dos R$ 70,00 e podem dar boas oportunidades de negócios aos produtores brasileiros.
“Nesses patamares, dos R$ 70,00 em diante, é o nível para fazer uma proteção de seguro, porque se depois cair o mercado você pelo menos mantém esse nível. Mas o mercado do milho segue positivo, porque os fundamentos são bons, tem fôlego para subir mais porque o pico de oferta já passou”, diz Brandalizze.
Rafael ainda ressalta o papel das exportações para ajudar a sustentar esse mercado, diante da boa paridade de exportação. “A gente vê um milho bem forte já exportado em setembro e um line-up forte com 10 milhões de toneladas em outubro e uma expectativa de que podemos fechar em até 60 milhões de toneladas a exportação”, diz.
No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho teve um último dia da semana positivo. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou desvalorização apenas em Primavera do Leste/MT e Porto de Santos/SP. Já as valorizações apareceram nas praças de Palma Sola/SC, Rondonópolis/MT, Alto Garças/MT, Itiquira/MT, Sorriso/MT, Jataí/GO, Rio Verde/GO, Brasília/DF e São Gabriel do Oeste/MS.
Confira como ficaram todas as cotações nesta sexta-feira
Na análise da SAFRAS & Mercado, o mercado brasileiro de milho registrou mais uma semana de preços firmes, com os produtores segurando as ofertas na expectativa de conseguir melhores valores, o que travou as negociações no cenário doméstico.
“A desvalorização do real frente ao dólar favoreceu uma melhora das cotações nos portos e contribuiu para um bom andamento dos embarques do cereal. Na ponta compradora, os consumidores seguiram comedidos, estudando o mercado, no aguardo de que a grande oferta proveniente da safrinha possa vir a ser disponibilizada por parte dos produtores, o que contribuiria para novos movimentos de baixa nas cotações”, destaca a consultoria.
Mercado Externo
Na Bolsa de Chicago (CBOT) os preços internacionais do milho futuro também encerraram a sexta-feira com movimentações negativas ao redor de 1%, mas acumularam valorizações de mais de 3% ao longo desta semana.
O vencimento dezembro/23 foi cotado à US$ 4,92 com desvalorização de 5,50 pontos, o março/24 valeu US$ 5,07 com queda de 5,00 pontos, o maio/24 foi negociado por US$ 5,15 com baixa de 5,25 pontos e o julho/24 teve valor de US$ 5,20 com perda de 5,50 pontos.
Esses índices representaram perdas, com relação ao fechamento da última quinta-feira (05), de 1,01% para o dezembro/23, de 0,98% para o março/24, de 0,96% para o maio/24 e de 0,95% para o julho/24.
Já no acumulado semanal, os contratos do cereal norte-americano registraram valorizações de 3,36% para o dezembro/23, de 3,26% para o março/24, de 3,00% para o maio/24 e de 2,97% para o julho/24, em relação ao fechamento da última sexta-feira (29).
Segundo informações do site internacional Farm Futures, os preços do milho sofreram um revés técnico moderado, estimulados pela expectativa de um progresso sólido na colheita esta semana, o que deixou os preços cerca de 1% mais baixos no fechamento.
A Agência Reuters também destacou que “os contratos futuros de milho em Chicago caíram nesta sexta-feira, após uma alta do dia anterior, puxados por uma liquidação nas ações e pelas previsões de um clima favorável para a colheita em grande parte do cinturão agrícola dos Estados Unidos no fim de semana”.
A Agência ressalta que os preços do milho em dezembro/23 subiram para US$ 4,99 um dia antes, antes de recuarem, um nível que não viam desde agosto e onde encontraram resistência repetida.
“Esse nível de cinco dólares tem sido um nível muito, muito difícil para o mercado ultrapassar”, disse Ward, que sugeriu que a resistência veio de investidores especulativos que construíram uma grande posição líquida vendida em futuros de milho. “Acho que eles estão defendendo essa posição contra US$ 5”, disse ele à Reuters.