A quinta-feira (31) chega ao final com os preços futuros do milho praticamente inalterados na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações flutuaram na faixa entre R$ 53,15 e R$ 64,25, acumulando desvalorização de 4% ao longo do mês de agosto.
O vencimento setembro/23 foi cotado à R$ 53,15 com elevação de 0,19%, o novembro/23 valeu R$ 56,70 com ganho de 0,09%, o janeiro/24 foi negociado por R$ 60,68 com alta de 0,03% e o março/24 teve valor de R$ 64,25 com queda de 0,23%.
No acumulado mensal de agosto, os contratos do cereal brasileiro registraram desvalorizações de 4,06% para o setembro/23, de 4,01% para o novembro/23, de 3,02% para o janeiro/24 e de 3,38% para o março/24, com relação ao fechamento do último 31 de julho.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, a disparada do dólar sobre o real nesta quinta-feira ajudou a dar suporte às cotações do milho na B3, com os portos trabalhando à R$ 1,00 a mais por saca do que no dia anterior.
No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho registrou mais altas do que baixas neste penúltimo dia da semana. O levantamento da equipe do Notícias Agrícolas identificou desvalorizações em Rondonópolis/MT, Primavera do Leste/MT, Alto Garças/MT, Itiquira/MT e Sorriso/MT. Já as valorizações apareceram nas praças de Ubiratã/PR, Londrina/PR, Marechal Cândido Rondon/PR, Brasília/DF, Eldorado/MS, Cândido Mota/SP, Campinas/SP e Porto Santos/SP.
Confira como ficaram todas as cotações nesta quinta-feira
Na visão do Consultor em Agronegócio da Terra Agronegócios, Ênio Fernandes, as perspectivas para o milho no Brasil não são positivas daqui para frente.
Entre os fatores elencados para manutenção da pressão negativa estão a proximidade da colheita de uma grande safra nos Estados Unidos, que deve elevar os estoques de passagem norte-americanos de 37 para 50 milhões de toneladas e a enorme segunda safra no Brasil que ainda está na mão dos produtores, mesmo com os bons volumes de exportação.
Mercado Externo
Os preços internacionais do milho futuro fecharam a quinta-feira com movimentações levemente negativas na Bolsa de Chicago (CBOT) e acumularam desvalorizações de até 8% ao longo do mês de agosto.
O vencimento setembro/23 foi cotado à US$ 4,61 com baixa de 0,75 pontos, o dezembro/23 valeu US$ 4,78 com queda de 2,50 pontos, o março/24 foi negociado por US$ 4,94 com desvalorização de 3,00 pontos e o maio/24 teve valor de US$ 5,02 com perda de 3,00 pontos.
Esses índices representaram recuos, com relação ao fechamento da última quarta-feira (30), de 0,42% para o dezembro/23, de 0,60% para o março/24 e de 0,59% para o maio/24, além de estabilidade para o setembro/23.
Já no acumulado mensal de agosto, os contratos do cereal norte-americano registraram desvalorizações de 8,53% para o setembro/23, de 6,82% para o dezembro/23, de 5,90% para o março/24 e de 5,64% para o maio/24, com relação ao fechamento do último 31 de julho.
Segundo informações do site internacional Farm Futures, os preços do milho sofreram um pequeno revés técnico, testando ganhos modestos em alguns momentos durante a sessão de quinta-feira, mas no final das contas, os futuros de setembro fecharam meio centavo abaixo e os futuros de dezembro caindo 1,5 centavo.
“Os futuros do milho para dezembro estão sendo negociados ao preço mais baixo desde meados do ano de 2021. Os preços podem ter descontos, especialmente se o rendimento for inferior ao esperado. É provável que alguns utilizadores finais globais possam pensar que a colheita americana será robusta, mas não tenho tanta certeza com base em múltiplas conversas com agricultores e agrônomos”, disse à Farm Futures, Naomi Blohm, consultora sênior de mercado da Stewart Peterson.