A sexta-feira (20) chega ao final com os preços futuros do milho registrando movimentações em campo misto na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações flutuaram na faixa entre R$ 60,53 e R$ 68,40 e acumularam desvalorizações semanais.
O vencimento novembro/23 foi cotado à R$ 60,53 com queda de 1,11%, o janeiro/24 valeu R$ 64,57 com baixa de 0,75%, o março/24 foi negociado por R$ 68,40 com ganho de 0,18% e o maio/24 teve valor de R$ 67,70 com alta de 0,15%.
Já no acumulado semanal, os contratos do cereal brasileiro contabilizaram desvalorizações de 2,61% para o novembro/23, de 2,11% para o janeiro/24, de 1,43% para o março/24 e de 0,44% para o maio/24.
Para o Analista de Mercado da Grão Direto, Ruan Sene, a forte demanda internacional pelo milho brasileiro tem atuado para sustentar os preços do cereal no mercado nacional diante de exportações que, de janeiro a setembro, somam 34 milhões de toneladas e já passam de 4 milhões em outubro.
Sene explica que a China, principal player importador de milho do mundo, vem manifestando baixo interesse pelo milho dos Estados Unidos e preferindo o grão vindo de outras originações, entre elas o Brasil.
Sendo assim, a expectativa do analista é para preços do milho mantendo leves valorizações nesta reta final de 2023, trazendo melhores condições de comercialização par aos produtores brasileiros.
No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho também teve um último dia da semana de altos e baixos. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou desvalorizações em Sorriso/MT, Maracaju/MS e Campo Grande/MS. Já as valorizações apareceram nas praças de Ubiratã/PR, Pato Branco/PR, Machado/MG, Cândido Mota/SP e Porto de Santos/SP.
Confira como ficaram todas as cotações nesta sexta-feira
Na análise da SAFRAS & Mercado, o mercado brasileiro de milho registrou uma semana de lentidão nos negócios, que estiveram mais fluídos na exportação. “O mercado interno segue lateralizado, com o impasse quanto aos preços entre produtores e consumidores. Já a demanda voltada para o cenário externo segue bem aquecida, com grandes volumes de milho do Brasil sendo adquiridos pela China”.
A consultoria aponta ainda que, “diante da forte seca assolando os portos do norte do Brasil, a demanda por parte das tradings para o milho está sendo direcionada para o porto de Santos nesse momento, o que tem contribuído para o diferencial de preços em relação ao porto de Paranaguá, que está em R$ 4,00 por saca”.
Mercado Externo
Na Bolsa de Chicago (CBOT), os preços internacionais do milho futuro encerraram as atividades do último dia da semana contabilizando movimentações negativas, mas acumularam leves ganhos ou estabilidade ao longo da semana.
O vencimento dezembro/23 foi cotado à US$ 4,95 com desvalorização de 9,50 pontos, o março/24 valeu US$ 5,09 com perda de 8,00 pontos, o maio/24 foi negociado por US$ 5,16 com baixa de 7,50 pontos e o julho/24 teve valor de US$ 5,21 com queda de 7,00 pontos.
Esses índices representaram desvalorizações, com relação ao fechamento da última quinta-feira (19), de 1,98% para o dezembro/23, de 1,55% para o março/24, de 1,53% para o maio/24 e de 1,33% para o julho/24.
Já no acumulado semanal, os contratos do cereal norte-americano contabilizaram elevações de 0,41% para o dezembro/23 e de 0,20% para o março/24, além de estabilidade para o maio/24 e para o julho/24, em relação ao fechamento da última sexta-feira (13).
Segundo informações da consultoria Agrinvest, depois de finalizar o dia anterior com uma forte alta, hoje o milho devolveu parte de seus ganhos, registrando uma queda acima de 1,5% nesta tarde de sexta-feira.
“Entre os principais fundamentos está a maior competitividade de milho e trigo ucraniano no mercado, já que o país do Leste Europeu está buscando retomar suas exportações pelos portos de calado profundo voltando a atender os navios de Panamax”, explica a Agrinvest.
A consultoria ressalta ainda que “essa semana, a Ucrânia ganhou uma licitação para fornecimento de 65 mil toneladas de milho para a Coréia do Sul e isso já desperta o interesse da China e outros países asiáticos, uma vez que o milho está sendo ofertado com um desconto de, pelo menos, USR 15 por tonelada”.