Após abrir a segunda-feira (30) com movimentações no campo negativo da Bolsa Brasileira (B3), os preços futuros do milho ganharam força na parte da tarde e fecharam o pregão somando elevações. As principais cotações flutuaram na faixa entre R$ 60,86 e R$ 68,20.
O vencimento novembro/23 foi cotado à R$ 60,86 com alta de 1,03%, o janeiro/24 valeu R$ 64,35 com valorização de 2,09%, o março/24 foi negociado por R$ 68,20 com ganho de 2,07% e o maio/24 teve valor de R$ 67,80 com elevação de 1,73%.
O analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, destacou que, com o preço do milho barato lá fora e aqui no Brasil, não há muito espaço para mais quedas nas cotações.
“O mercado foi levemente melhorado hoje. O mercado de Paranaguá é R$ 61,00, São Francisco é R$ 61,50, Santos entre R$ 62,80 e R$ 63,00. O milho está R$ 1,00 a mais do que estava na sexta-feira e isso é reflexo de que tem muita demanda de milho no porto, tem bastante comprador”, explica Brandalizze.
No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho teve um primeiro dia da semana mais positivo do que negativo. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas identificou desvalorização apenas em Sorriso/MT e percebeu valorizações nas praças de Não-Me-Toque/RS, Nonoai/RS e Porto de Santos/SP.
Confira como ficaram todas as cotações nesta segunda-feira
Ainda nesta segunda-feira, o Cepea divulgou sua nota semanal apontando que, os preços do milho voltaram a recuar nos portos brasileiros na semana passada. Pesquisadores do Cepea indicam que a pressão veio das desvalorizações externa e do dólar.
“Apesar das quedas, os preços em Paranaguá (PR) e em Santos (SP) ainda operam acima dos registrados no mercado interno, o que mantém firme o interesse de parte de produtores em realizar negócios apenas para exportação. Como resultado das negociações realizadas em meses anteriores, o ritmo de embarques atual está intenso”, diz o Cepea.
A publicação destaca ainda que, segundo dados da Secex, em 14 dias úteis de outubro, o Brasil exportou 5,89 milhões de toneladas de milho, o que já representa 87% do total embarcado no mesmo mês de 2022 – de 6,78 milhões. Caso o atual ritmo diário, de 420 mil toneladas, se mantenha até o final de outubro, o volume total a ser escoado pelo Brasil pode somar 8,84 milhões de toneladas, acima da estimativa da Anec (Associação Nacional de Exportadores de Cereais), de 8,2 milhões de toneladas.
Mercado Externo
Os preços internacionais do milho futuro também encerraram o primeiro pregão da semana acumulando movimentações negativas na Bolsa de Chicago (CBOT).
O vencimento dezembro/23 foi cotado à US$ 4,78 com desvalorização de 2,50 pontos, o março/24 valeu US$ 4,92 com perda de 2,50 pontos, o maio/24 foi negociado por US$ 5,01 com baixa de 2,50 pontos e o julho/24 teve valor de US$ 5,07 com queda de 2,00 pontos.
Esses índices representaram perdas, com relação ao fechamento da última sexta-feira (27), de 0,42% para o dezembro/23, de 0,61% para o março/24, de 0,40% para o maio/24 e de 0,39% para o julho/24.
Segundo análise de Vlamir Brandalizze, o milho recuou pouco em Chicago nesta segunda-feira com o mercado se protegendo antes da divulgação do relatório de avanço de colheita do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
“Há uma expectativa de que a colheita do milho já venha na faixa de 75% colhido, já indo par ao terço final em um ritmo forte”, diz Brandalizze.