A sexta-feira (23) chega ao final com os preços futuros do milho recuando na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações flutuaram faixa entre R$ 56,19 e R$ 66,17 e acumularam desvalorização de até 3,25% ao longo da semana.
O vencimento julho/23 foi cotado à R$ 56,19 com perda de 3,95%, o setembro/23 valeu R$ 59,91 com desvalorização de 4,65%, o novembro/23 foi negociado por R$ 63,17 com baixa de 3,85% e o janeiro/24 teve valor de R$ 66,17 com queda de 3,51%.
No acumulado semanal, os contratos de milho brasileiro registraram desvalorizações de 1,59% para o julho/23, de 3,25% para o setembro/23, de 2,32% para o novembro/23 e de 1,64% para o janeiro/24, em relação ao fechamento da última sexta-feira (16).
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, esse é o efeito da chegada do milho da safrinha.
“A safrinha vai chegar e vai causar impacto. Não tem o que fazer e por isso que a B3 está entregando”, afirma Brandalizze.
Na visão da Agrinvest, os futuros de milho na B3 seguiram o forte movimento de queda da CBOT. “Durante essa semana, muitos negócios foram consolidados no mercado físico, apesar de alguns vendedores retraírem suas ofertas, acreditando em preços maiores, caso a safra de milho americana reduza sua potencial”.
O analista de grãos e oleaginosas da HedgePoint Global Markets, Pedro Schicchi, acredita que cortes na produção dos Estados Unidos vão impactar na capacidade do país de atender a demanda internacional e direcionar parte dessa demanda para o Brasil, dando algum suporte aos preços internos no segundo semestre, quando essa movimentação de embarques de ganhar ritmo rápido.
No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho também teve uma sexta-feira negativa. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou valorização apenas em Maracaju/MS, Campo Grande/MS e Machado/MG. Já as desvalorizações apareceram nas praças de Ubiratã/PR, Londrina/PR, Marechal Cândido Rondon/PR, Pato Branco/PR, Tangará da Serra/MT, Campo Novo do Parecis/MT, Sorriso/MT, Jataí/GO, Rio Verde/GO, Eldorado/MS, Cândido Mota/SP, Itapetininga/SP e Porto de Santos/SP.
Confira como ficaram todas as cotações nesta quinta-feira
De acordo com a análise diária da Agrifatto Consultoria, “no mercado físico do milho produtores afastam dos negócios no aguardo de melhores oportunidades e os preços seguem em alta, em Campinas/SP o cereal é vendido na média de R$ 57,00/sc”.
Mercado Externo
A Bolsa de Chicago (CBOT) também fechou a sexta-feira contabilizando grandes recuos para os preços internacionais do milho futuro, que fecharam a semana acumulando perdas de até 1,5%.
O vencimento julho/23 foi cotado à US$ 6,30 com baixa de 29,75 pontos, o setembro/23 valeu US$ 5,84 com desvalorização de 32,25 pontos, o dezembro/23 foi negociado por US$ 5,88 com queda de 32,75 pontos e o março/24 teve valor de US$ 5,96 com perda de 31,75 pontos.
Esses índices representaram desvalorizações, com relação ao fechamento da última quinta-feira (22), de 4,55% para o julho/23, de 5,35% para o setembro/23, de 5,16% para o dezembro/23 e de 5,10% para o março/24.
No acumulado semanal, os contratos de milho norte americano registraram baixas de 1,56% para o julho/23, de 1,68% para o setembro/23, de 1,51% para o dezembro/23 e de 1,32% para o março/24, em relação ao fechamento da última sexta-feira (16).
Segundo informações do site internacional Farm Futures, os preços do milho caíram acentuadamente depois que as chuvas favoráveis ao rendimento devem cair em grandes porções do centro dos Estados Unidos a partir deste fim de semana, o que desencadeou uma ampla rodada de vendas técnicas.
“O milho está sendo negociado em queda acentuada depois que os modelos climáticos mudaram durante a noite para empurrar a chuva para Iowa, Illinois e Indiana no fim de semana. 14 dias agora estão mostrando precipitação acima da média, bem como temperaturas normais, o que traria condições mais amenas e úmidas em julho”, diz o boletim Grain Market Insider da Stewart-Peterson Inc, repercutido pelo site internacional Successful Farming.
Além disso, as exportações de milho atingiram 3,3 milhões de bushels em vendas combinadas de safras novas e antigas. As vendas de safras antigas ficaram 74% abaixo da média das quatro semanas anteriores e as vendas totais também ficaram muito abaixo das estimativas dos analistas, que variaram entre zero e 31,5 milhões de bushels.