Após dois dias de recuos, os preços futuros do milho encerraram as atividades desta quarta-feira (20) voltando a registrar movimentações positivas na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações subiram até 1,7% e flutuaram na faixa entre R$ 71,50 e R$ 75,63.
O vencimento janeiro/24 foi cotado à R$ 71,50 com elevação de 1,65%, o março/24 valeu R$ 75,63 com valorização de 1,78%, o maio/24 foi negociado por R$ 74,83 com ganho de 1,37% e o julho/24 teve valor de R$ 73,41 com alta de 1,75%.
Para o Analista de Mercado da Brandalizze Consulting, o mercado de milho no Brasil segue com tendência de altas, mediante a expectativa de que a produção nacional do grão será menor em 2024 do que foi em 2023.
“Nossa safra de milho deve ser algo perto de 10 milhões de toneladas a menos do que foi esse ano. Como nós somos muito fortes na exportação e vamos crescer muito na demanda interna por ração e de milho para etanol, o consumidor já está buscando se proteger”, aponta.
Brandalizze destaca ainda que a B3, por muitas vezes, não está seguindo Chicago e olha apenas para o mercado aqui de dentro, refletindo esse cenário do Brasil.
No mercado físico, o preço da saca de milho se movimentou pouco neste meio de semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas identificou desvalorizações apenas em Londrina/PR e Sorriso/MT, já as valorizações apareceram somente nas praças de Itapetininga/SP e Campinas/SP.
Confira como ficaram todas as cotações nesta quarta-feira
Mercado Externo
Já os preços internacionais do milho futuro tiveram uma quarta-feira de movimentações negativas na Bolsa de Chicago (CBOT).
O vencimento março/24 foi cotado à US$ 4,69 com desvalorização de 3,00 pontos, o maio/24 valeu US$ 4,82 com baixa de 2,75 pontos, o julho/24 foi negociado por US$ 4,92 com perda de 2,25 pontos e o setembro/24 teve valor de US$ 4,95 com queda de 1,50 pontos.
Esses índices representaram baixas, com relação ao fechamento da última terça-feira (19), de 0,64% para o março/24, de 0,62% para o maio/24, de 0,40% para o julho/24 e de 0,20% para o setembro/24.
De acordo com a análise da Agrinvest, os futuros de milho operaram em queda puxados pela franqueza do trigo, que sentiu pressão de uma maior produção de trigo na Rússia na safra 23/24.
Vlamir Brandalizze acrescenta ainda que a dificuldade de escoamento do milho norte-americano também está contribuindo para as quedas do cereal em Chicago.
“O milho sai dos Estados Unidos, passa pelo Canal do Panamá e vai para a Ásia. Só que o Canal do Panamá hoje está permitindo que apenas um terço dos navios consiga trafegar por dia, então os navios estão ficando entre 30 e 40 dias ali parados para conseguir entrar no Canal e isso aumenta muito o custo do frete e os compradores não estão se posicionando muito lá”, diz Brandalizze.