Os preços futuros do milho oscilaram entre altas e baixas na Bolsa Brasileira (B3) ao longo do dia, mas encerraram as atividades desta segunda-feira (22) contabilizando movimentações em campo misto. As principais cotações flutuaram na faixa entre R$ 54,62 e R$ 62,01.
O vencimento julho/23 foi cotado à R$ 54,62 com alta de 0,11%, o setembro/23 valeu R$ 57,14 com perda de 0,21%, o novembro/23 foi negociado por R$ 59,47 com elevação de 0,30% e o janeiro/24 teve valor de R$ 62,01 com ganho de 0,80%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, a perspectiva de o mercado encontrar uma super safrinha de milho no Brasil e a queda do dólar ante ao real foram fatores que pressionaram as cotações do milho na B3 nesta segunda-feira, fazendo força contrária as altas registradas em Chicago.
Na visão de Ruan Sene, Analista de Mercado da Grão Direto, as cotações do milho deverão continuar se desvalorizando diante da expectativa de início da colheita, combinada com a atual baixa demanda.
As exportações brasileiras de milho não moído (exceto milho doce) seguem lentas neste mês de maio. De acordo com os dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), foram embarcadas 149.999,3 toneladas nos 14 primeiros dias úteis do mês, o que representa apenas 13,78% do total registrado em maio de 2022.
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Com isso, a média diária de embarques ficou em 10.714,2 toneladas, o que na comparação ao mesmo período do ano passado, representa diminuição de 78,3% com relação as 49.476 do quinto mês de 2022.
No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho também oscilou entre altas e baixas neste primeiro dia da semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas identificou valorizações nas praças de Castro/PR e Porto de Santos/SP. Já as desvalorizações apareceram em Ponta Grossa/PR, Rio do Sul/SC, Rondonópolis/MT, Primavera do Leste/MT, Alto Garças/MT, Itiquira/MT, Sorriso/MT, São Gabriel do Oeste/MS e Machado/MG.
Confira como ficaram todas as cotações nesta segunda-feira
De acordo com a análise diária da Agrifatto Consultoria, “o milho continuou sendo pressionado ao longo da última semana, devido à queda no mercado internacional e com a chegada da safra, fechando a sexta-feira negociado na média de R$ 56,00/sc em Campinas/SP”.
Ainda nesta segunda-feira, o Cepea divulgou sua nota semanal apontando que, pelo levantamento do centro, os preços “continuam em baixa, influenciados por estimativas indicando safras volumosas principalmente no Brasil e nos Estados Unidos, onde o clima benéfico tem elevado as expectativas de produção. Porém, as negociações do cereal seguem enfraquecidas no mercado brasileiro e para exportação, visto que agentes estão priorizando os embarques da soja”.
Mercado Externo
Já os preços internacionais do milho futuro terminaram a segunda-feira contabilizando movimentações positivas na Bolsa de Chicago (CBOT).
O vencimento julho/23 foi cotado à US$ 5,71 com valorização de 16,50 pontos, o setembro/23 valeu US$ 5,04 com alta de 10,25 pontos, o dezembro/23 foi negociado por US$ 5,09 com elevação de 9,25 pontos e o março/24 teve valor de US$ 5,18 com ganho de 8,50 pontos.
Esses índices representaram valorizações, com relação ao fechamento na última sexta-feira (20), de 3,07% para o julho/23, de 2,02% para o setembro/23, de 2,00% para o dezembro/23 e de 1,57% para o março/24.
Segundo informações do site internacional Farm Futures, os preços do milho subiram mais durante a sessão de segunda-feira em meio a uma rodada de compras técnicas que levaram a ganhos de mais de 2% no fechamento.
Al Kluis, diretor-gerente da Kluis Commodity Advisors, disse ao site internacional Successful Farming, que a principal razão para o rali de hoje foram as preocupações com o tempo seco.
“A maior parte do meio-oeste verá temperaturas acima da média e chuvas abaixo da média nas próximas duas semanas. Isso permitirá que o plantio esteja próximo da conclusão. Mas os níveis de umidade do solo, embora não em níveis críticos em duas semanas, chegarão a um ponto em que as chuvas se tornarão muito importantes para evitar o estresse potencial da seca e a perda de rendimento. Se a previsão de tempo seco para o início de junho se tornar uma previsão de tempo seco para meados junho, as preocupações com a safra aumentarão rapidamente”, disse Kluis.
O analista da Farm Futures, BenPotter destaca que, agora o foco deve voltar para o acanço da safra dos Estados Unidos. “Antes do relatório de progresso da safra desta tarde do USDA, os analistas acham que a agência mostrará que as plantações de milho subiram de 65% há uma semana para 82% até 21 de maio. As estimativas comerciais individuais variaram entre 79% e 85%”.