Os preços externos do milho apresentaram desvalorização em março, com queda de 5,1% em Chicago, na média a USD 6,37/bu. Sem grandes novidades nos fundamentos, os preços acompanharam a forte queda na posição dos fundos não comerciais, seguindo os acontecimentos no mercado financeiro, que forçaram alguns a liquidar suas posições na commodity, avalia o boletim de abril da Consultoria Agro do Itaú/BBA.
Na parcial de abril até o dia 20, o cereal também apresenta valorização de 3,9% na CBOT (média USD 6,58/bu), seguindo a valorização do petróleo no mercado internacional e novas compras chinesas do grão americano.
No mercado interno, o mês de março foi de queda nos preços. Em Sorriso (MT), a média caiu 5,7% ante fevereiro, para R$ 62,22/saca. Em março, tivemos uma aceleração do plantio do milho segunda safra, com a diminuição das chuvas principalmente na região central do Brasil. Os dados da Conab indicam o plantio praticamente finalizado.
Da mesma forma, a colheita do milho primeira safra também acelerou nas últimas semanas. A Conab estima a área colhida em 55% e esse avanço da colheita influencia os preços, que seguem desvalorizando 13% em Sorriso (MT) na parcial de abril (média R$ 55/saca).
As margens das importações chinesas de milho foram positivas em março. Isso fez com que os chineses efetuassem diversas compras de milho americano no mês passado, embora ainda não em quantidades extremamente elevadas. Se os preços do cereal na China continuarem subindo, devemos observar um aumento das compras de milho americano em abril.
As importações de milho pela China devem alcançar 18 milhões de toneladas no ciclo 2023/24. A projeção foi feita pelo adido agrícola do USDA em Pequim e representa estabilidade em relação à safra 2022/23.
O mesmo relatório projeta as exportações de milho do Brasil para a China em 5 milhões de toneladas no ano de 2023. Em 2022, segundo a Secex, o Brasil embarcou, para o país asiático, 1,2 milhão de toneladas do cereal.