Os contratos futuros do açúcar encerraram a sessão desta sexta-feira (18) com queda expressiva nas bolsas de Nova York e Londres. O mercado foi impactado nesta reta final de semana com expectativas relacionadas com a safra 2023/24 do Brasil e ajustes.
“O Brasil, maior produtor global, aumentou sua previsão para a produção de açúcar e etanol em 2023/24 devido a uma safra abundante de cana-de-açúcar”, destacou no dia a agência de notícias Reuters.
O vencimento mais negociado do açúcar bruto na Bolsa de Nova York teve desvalorização de 1% no dia, cotado a 23,76 cents/lb, com máxima em 24,03 cents/lb e mínima de 23,67 cents/lb. Em Londres, a queda no dia foi de 1,12%, a US$ 687,00 a tonelada.
Na semana, o principal vencimento do adoçante no terminal norte-americano teve queda acumulada de 1,20%.
Após máximas de três semanas na véspera – apesar de fechamento negativo –, o mercado recua nesta reta final de semana com pressão de um movimento natural de realização de lucros, mas também acompanha as expectativas com a safra do Centro-Sul do Brasil.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou nesta semana que espera uma produção de cana-de-açúcar no Brasil em 652,9 milhões de toneladas na safra 2023/24. Um volume que, se confirmado, representaria um crescimento de 6,9% de uma safra para a outra.
A produção de açúcar no país foi elevada de 38,8 milhões de t na estimativa de abril para 40,9 milhões de t.
Por outro lado, durante a semana, também permearam preocupações no mercado de impacto das chuvas na colheita. A Safras & Mercado estima que o Centro-Sul deve receber chuvas fortes no final deste mês de agosto.
O financeiro, que impactou os preços do adoçante durante todos os últimos dias, não exerceu tanta influência sobre o mercado do adoçante na sessão desta sexta-feira. O petróleo tinha alta de cerca de 1% nesta tarde e o dólar caía sobre o real.
O óleo bruto impacta diretamente nos preços dos combustíveis e, consequentemente, na decisão de produção das usinas do Brasil sobre açúcar e etanol e o câmbio influencia diretamente nas exportações das commodities, incluindo as agrícolas.
MERCADO INTERNO
Depois de baixa nos últimos dias, o mercado do açúcar no Brasil voltou a subir. “Observa-se aumento nas exportações de açúcar cristal Icumsa 150, o que tem levado a uma restrição de oferta para o mercado interno. E, mesmo com a demanda doméstica se mantendo estável, compradores estão pressionando por preços mais baixos da saca de cristal, o que tem levado algumas usinas a ceder nos valores de venda”, disse o centro.
No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, ficou a R$ 133,50 a saca de 50 kg com alta de 0,32%.
Já nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar ficou cotado a R$ 149,00 a saca – estável, segundo dados da consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 24,62 c/lb e queda de 0,80%.