As cotações futuras do açúcar encerraram a sessão desta terça-feira (14) com queda expresiva nas bolsas de Nova York e Londres. O mercado do adoçante foi impactado pelas expectativas relativas ao avanço da safra 2023/24 do Centro-Sul do Brasil.
Por outro lado, o financeiro foi negativo no dia, tanto no petróleo quanto no câmbio, mas pouco impactou nos preços.
O vencimento mais negociado do açúcar bruto na Bolsa de Nova York teve desvalorização de 1,91%, a 27,18 cents/lb, com máxima em 27,81 cents/lb e mínima de 27,13 cents/lb. Em Londres, o primeiro contrato teve baixa de 1,80%, negociado a US$ 732,30 a tonelada.
O mercado do açúcar trabalha em baixa desde a manhã desta terça-feira nas bolsas externas. A pressão inicial veio com um movimento de realização de lucros, mas foi ampliada em meio expectativas positivas relativas ao avanço da safra 2023/24 do Centro-Sul.
A principal região produtora de cana-de-açúcar do país vinha registrando chuvas com impacto para a colheita.
Porém, a Raízen, maior produtora global de açúcar e etanol de cana, anunciou nesta terça-feira que pode atingir moagem de 85 milhões de toneladas no ciclo 2023/24, mas que o cenário vai depender das questões climáticas ao longo das semanas.
O CEO da companhia disse ainda, segundo a Reuters, que a safra 2023/24 deve ter o maior “mix” de destinação de cana para açúcar de sua história em meio fortes preços globais. O mix de produção açúcar/etanol da Raízen até o segundo trimestre estava em 56%/44%, respectivamente.
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Por outro lado, nas origens asiáticas, permanece a atenção para o impacto do clima. No financeiro, o petróleo chegou a ter fortes altas nas bolsas externas nesta tarde. O dólar caía mais de 1% sobre o real, o que também seria um fator baixista.
MERCADO INTERNO
Os preços do açúcar no físico voltaram a perder forças. “Algumas usinas reduziram os valores de suas ofertas, tendo em vista que muitos compradores vêm resistindo aos altos preços da saca do cristal”, disse em nota o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea, da Esalq/USP).
No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, ficou a R$ 158,20 a saca de 50 kg com desvalorização de 0,14%.
Já nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar ficou cotado a R$ 154,96 a saca – estável, segundo dados coletados pela consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 28,87 c/lb com valorização de 1,54%.