Açúcar: Forte fluxo da safra do BR faz NY fechar próximo das mínimas de 3 meses e meio

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As cotações futuras do açúcar encerraram a sessão desta terça-feira (05) com quedas expressivas nas bolsas de Nova York e Londres. O mercado ainda sente a pressão do avanço da safra 2023/24 do Centro-Sul do Brasil nas últimas semanas.

O terminal norte-americano, inclusive,  fechou próximo das mínimas de três meses e meio.

O vencimento mais negociado do açúcar bruto na Bolsa de Nova York teve desvalorização de 3,29%, a 24,96 cents/lb, com máxima em 25,90 cents/lb e mínima de 24,81 cents/lb. Em Londres, o primeiro contrato teve baixa de 2,54%, negociado a US$ 691,50 a tonelada.

Depois de alta na véspera nas bolsas externas com ajustes, o mercado do açúcar voltou a cair forte esta terça-feira. O mercado se atenta para o avanço da safra 2023/24 do Centro-Sul do Brasil, que segue a todo vapor nesta reta final de temporada.

“O forte fluxo de oferta do Brasil criou um clima mais negativo, com a produção na importante região Centro-Sul bem acima da temporada passada e os gargalos logísticos diminuindo”, destacou a agência de notícias Reuters nesta terça-feira.

A produção de açúcar na primeira metade de novembro totalizou 2,19 milhões de toneladas, segundo a entidade da indústria. Essa quantidade, quando comparada àquela registrada na safra 22/23 de 1,67 milhão de t, representa aumento de 32,09%.

Os dados foram divulgados neste início de semana pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica).

“As revisões altistas nas estimativas de produção do Brasil estão aliviando as preocupações sobre a escassez de oferta no curto prazo”, destacou em rede social a Organização Internacional do Açúcar (ISO, na sigla em inglês) no dia.

As expectativas são tão positivas com a temporada atual que unidades já estimam antecipar a moagem da próxima safra.

No financeiro, o mercado do petróleo registrava alta durante a sessão, mas acabou fechando no negativo. As oscilações do óleo impactam diretamente na decisão de produção das usinas. Além disso, dólar tinha leve queda sobre o real.

MERCADO INTERNO

O mercado do açúcar no mercado brasileiro encerrou o mês de novembro com queda. De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea, da Esalq/USP), a baixa nos valores se deve, principalmente, à menor demanda na pronta-entrega. Apesar da retração, as cotações atuais ainda operam acima das praticadas no mesmo período do ano passado, tendo em vista que usinas priorizam as exportações do açúcar, o que, por sua vez, limita a oferta no mercado interno.

No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, ficou a R$ 155,06 a saca de 50 kg com valorização de 0,12%.

Nas regiões Norte e Nordeste, o açúcar ficou cotado a R$ 155,48 – estável, segundo dados coletados pela consultoria Datagro. Já o açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 26,89 c/lb com valorização de 2,87%.

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