SÃO PAULO (Reuters) – A safra brasileira de soja da temporada 2023/24, com plantio ainda em desenvolvimento, será menor do que o esperado por questões climáticas que afetam produtores de norte a sul do país, afirmou nesta quarta-feira a AgResource Brasil, que fez um corte ainda mais drástico na expectativa para o milho.
A estimativa agora é de uma safra de soja de 156,08 milhões de toneladas, versus 159,63 milhões de toneladas previstas em outubro, enquanto a previsão para a produção de milho passou para 123,50 milhões de toneladas, contra 129,69 milhões no mês passado.
A empresa de análises, filial da norte-americana AgResource Company, vinha trabalhando com uma estimativa para a safra de soja do Brasil aproximadamente 2% abaixo do número do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) e 1,4% inferior em relação à previsão da estatal brasileira Conab. “A diferença agora aumenta pra -3,66%”, disse em relatório.
A revisão foi motivada pelo contínuo nível de temperaturas elevadas e porcentagem de normalidade de chuvas abaixo do esperado até agora no centro-norte brasileiro.
“Com a proximidade dos estágios hídricos críticos da soja, além das notícias de replantio, doenças, atrasos e de até diminuição de área nos mais variados estados, faz-se necessário um rearranjo dos dados”, afirmou.
Segundo a AgResource, outros fatores que “corroboraram para os reajustes foram os relatos de atrasos de plantio na região sul-sudeste do país e o excesso de chuvas que segue atrapalhando plantio e manejo das lavouras”.
“Por ora, mesmo sendo um número relativamente menor, ainda é uma grande safra, mas o otimismo dá lugar à preocupação e a tendência é uma safra com mais desafios do que inicialmente era imaginada” comentou.
“As plantas de soja são resilientes e há perspectiva de recuperação, mas o tempo continua passando e os modelos climáticos vêm mostrando um resultado conflitante no resultado inicialmente imaginado para a safra nacional.”
Com o atraso da soja, a expectativa para o milho também foi impactada e tende a uma redução das estimativas iniciais, segundo a consultoria.
A safra do cereal está projetada em 123,50 milhões de toneladas, 3,4% acima dos 119,40 milhões da Conab e bem distante dos 129 milhões do USDA.
(Por Roberto Samoraima)