O mês de abril apresentou um cenário de inflação de 0,61% , mais um mês de redução, de diminuição do ritmo inflacionário, apesar do indicador vir acima das expectativas, ainda assim é uma desaceleração, o que traz boas novas para os produtores e pecuaristas. Um dos principais pontos que levaram a esse movimento deflacionário é a expectativa de recorde de produção de milho. O cereal é um importante componente para a produção, por exemplo, de alimentos de origem animal, como carnes, leite, manteiga e ovos. Tudo isso contribui para um movimento positivo, visto que o milho é usado como base de alimentação para os animais que vão dar origem a estes alimentos.
A projeção mais atualizada segundo o último levantamento da Conab sugere uma produção de 314 milhões de toneladas (de grãos), aproximadamente, para a temporada 2022/23 que, em comparação com a 2021/22, mostra um crescimento de 15% (a safra de milho é estimada em 124,9 milhões de toneladas). É um crescimento volumoso, principalmente de uma safra para outra. Isso trouxe os preços do milho para patamares que não eram vistos desde 2018 e 2019, o que aliviou muito o custo de produção do produtor.
Outro componente importante que acabou trazendo esse movimento deflacionário, essa diminuição do ritmo da inflação, na verdade é que pode ser observado nos telejornais e principalmente na mesa do consumidor, por exemplo, é o preço da carne bovina caindo. Ela está caindo, no varejo, em torno de quarto 4%. O preço não conseguiu acompanhar a mesma queda do boi, que é a matéria-prima, obviamente, para a produção de carne.
O boi gordo no Brasil caiu em torno de 22% do ano passado para cá. A carne caiu 4% na comparação do mesmo período do ano passado. Mesmo com a liberação da exportação da carne bovina para a China, o preço vem se mantendo estável e o brasileiro comprando mais da proteína bovina.
Esse cenário pode ser explicado também pelo comércio exterior, com aspectos importantes como a queda do dólar e maior confiabilidade da indústria brasileira. Segundo o diretor da Efficienza, Fábio Pizzamiglio, o fator principal para a diminuição do preço da carne está ligado ao preço de grãos, que tiveram uma queda no valor este ano. “Nos últimos anos, os produtos se tornaram mais caros, principalmente com o impacto da Guerra da Ucrânia, fazendo com que o custo total para a pecuária ficasse mais cara naquele período. Desta forma, os produtores podem ter uma expectativa melhor para esse ano, até mesmo considerando a exportação da carne brasileira”, declarou.
Mesmo com a queda, o Brasil ainda exportou 42,809 mil toneladas de carne bovina apenas na primeira semana de maio, segundo os dados da Secex. Durante os anos de 2020 até 2023, o preço da carne teve um aumento de 70%, fazendo com que a carne ficasse inacessível para muitos brasileiros. Pesquisas apontam que não é apenas a carne vermelha que vai ter uma queda no valor, o frango e o porco também devem ficar mais baratas nos próximos meses.
“Com novas parcerias internacionais e com novos mercados a serem explorados, tal como maior certeza na exportação de carne para a China, podemos registrar uma queda do preço para o consumidor final este ano. Mas ainda depende do cenário externo e de soluções econômicas. Um exemplo disso é quando tratamos dos grãos, para mercados que anteriormente dependiam da importação do produto europeu”, acrescentou o executivo.
As carnes como filé-mignon e alcatra tiveram uma queda de 4,5% até 6,5% no primeiro trimestre