A exportação brasileira de açúcar neste ano de 2023 é prevista em 29,5 milhões de toneladas pela consultoria StoneX, segundo relatório divulgado nesta segunda-feira (29). O resultado esperado acompanha um aumento da produção no Centro-Sul em paralelo com impactos do clima em outras origens do mundo.
O Porto de Santos deve ser responsável por escoar cerca de 75% desse volume de açúcar – em linha com os níveis elevados de line-up sendo observados neste ano no porto. Com isso, o mercado tem se preocupado sobre possíveis impactos no escoamento do adoçante, que compete com os grãos.
A StoneX estima produções recordes para a safra 2022/23 de soja (157,7 milhões de toneladas) e milho (131,6 milhões de toneladas). Como resultado, os embarques dos dois produtos também devem ser positivos, com estimativa para oleaginosa em 96 milhões de toneladas e do cereal em 48 milhões.
“Caso as exportações dos três produtos registrem a dinâmica esperada, o porto de Santos iria apresentar uma expressiva movimentação ao longo dos próximos meses, mas apenas em julho e agosto o fluxo ficaria muito próximo – ou até acima – da máxima mensal registrada”, projeta a StoneX.
Apesar desse cenário, a consultoria vê que impactos possam ocorrer apenas em casos de grandes dificuldades. “Por mais que em alguns momentos exista uma maior movimentação de cargas no porto de Santos, caso não haja nenhuma grande dificuldade na distribuição do fluxo de mercadorias ao longo do ano, ele deverá ser capaz de realizar as exportações esperadas”.
“É preciso se atentar às condições climáticas que o porto estará sujeito no decorrer da temporada. Volumes de chuva acima do normal poderiam prejudicar as operações portuárias e atrasar os embarques, uma vez que o transporte é feito à granel e as cargas ficam a céu aberto durante o carregamento dos navios”, acrescenta a consultoria.
Os portos do Arco Norte, por outro lado, tem sido alternativas viáveis para o escoamento de grãos, o que poderia reduzir a exigência sobre o porto de Santos e seria favorável para os embarques do açúcar.
“Por mais que exista um elevado receio relacionado aos embarques por Santos, os dados indicam que o porto tem capacidade para realizar tais operações e, por mais que possa ocorrer algum atraso nas exportações, estas poderiam ser compensadas por uma maior fluxo em outros meses”, disse a StoneX em relatório.