No mês de outubro, o destaque seguiu com os grandes acumulados de chuva observados na região Sul do país, com valores que ultrapassaram 500 mm, mantendo os níveis de água no solo elevados. E a primeira metade de novembro manteve o padrão de chuvas mais concentradas na região Sul e precipitação abaixo da média na região central do Brasil.
O Oceano Pacífico Equatorial, região de referência para medição de temperatura e definição dos fenômenos climáticos, segue em aquecimento desde junho, quando iniciou com temperaturas acima de 0,5°C, projetando o fenômeno El Niño.
Além dos altos volumes na região Sul, foram observados acumulados de chuva de menor intensidade em áreas das regiões Sudeste e Centro-Oeste, com valores entre 50 e 150 mm, sendo os maiores volumes nos estados de São Paulo e Minas Gerais. Já em grande parte da Região Nordeste, houve predomínio de tempo seco, reduzindo o armazenamento de água no solo.
Os mapas de previsão mostravam boas chuvas para o Centro-Oeste e Sudeste durante a primeira semana de novembro, algo que não se concretizou. Essa irregularidade, inclusive, segue resultando em atraso no plantio de verão, uma vez que o tempo mais seco e com temperaturas bem acima da média, impediu o avanço da semeadura em ritmo satisfatório.
No último mês de outubro, houve o registro de temperaturas 1,6°C acima da média histórica, indicando uma possível evolução para uma classificação mais intensa do fenômeno, que seria de forte intensidade. Contudo, para consolidar essa classificação, é essencial que as temperaturas se sustentem nesse patamar elevado nos próximos meses.
Chuvas previstas
Após semanas de forte calor e muito pouca chuva em quase todo o Brasil, com exceção do Rio Grande do Sul, a condição começou a mudar a partir do início desta semana.
No Mato Grosso, as precipitações começaram a retornar, devendo aliviar parcialmente a condição seca, principalmente na faixa norte do estado, mas ainda não são volumes significativos, situação que deverá continuar desafiando as lavouras de soja, que vêm sofrendo desde o plantio.
Os acumulados previstos até 26 de novembro também são relativamente baixos para a maior parte de Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo e Oeste da Bahia, ao passo em que, na região Sul, as chuvas intensas persistirão, sobretudo no Sudoeste do Paraná e Oeste de Santa Catarina.
Em praticamente todo o Sul, o excesso de chuvas vem dificultando o término do plantio embora, nas áreas já semeadas o desenvolvimento seja bom.
No cerrado, apesar da previsão um pouco melhor para os próximos dias, com a volta da umidade, volta a preocupar a indicação para a semana entre os dias 27 de novembro e 03 de dezembro, com pouca chuva até o início do mês no Mato Grosso, Goiás, Tocantins, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.
Tudo indica que o estresse sobre as lavouras de soja no Mato Grosso persistirá, carregando a incerteza em torno dos números de produção de soja para o mês de dezembro. E mesmo que a situação mude bastante para melhor no próximo mês, o que é incerto, impactos negativos na produtividade de soja já são irreversíveis.