Os preços da soja sobem na manhã desta segunda-feira (30) na Bolsa de Chicago. As cotações subiam entre 6 e 6,25 pontos, por volta de 7h10 (horário de Brasília), com o novembro sendo cotado a US$ 13,03 e o maio, US$ 13,53 por bushel. Ainda no complexo soja, baixas no farelo, altas no óleo, estas dando certo suporte aos preços do grão.
O clima irregular na América do Sul, principalmente no Brasil, tem estado no centro das atenções dos traders, uma vez que mantém o plantio atrasado por aqui. A semeadura da soja brasileira nesta semana atingiu 38,41%, contra 52,31% em 2022 e 44,94% na média dos últimos 5 anos, segundo dados da Pátria Agronegócios trazidos na última sexta-feira (27).
“O avanço nacional da colheita teve o pior desempenho desde 2015, para esta mesma semana. Paralisações de plantio foram observadas no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Tocantins por falta de chuvas”, informou a consultoria.
E o final de semana, mais uma vez, foi ainda de condições adversas para os trabalhos de campo. “O clima neste final de semana foi seco no Centro-Oeste e MATOPIBA, com chuvas no Sul do Brasil, parte do Sudeste, Paraguay e Buenos Aires na Argentina. Os modelos climáticos estão em boa sintonia e indicam que chuvas fortes no Sul do Brasil vão continuar”, afirma o diretor geral do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa.
Para os próximos dias, porém, “nas áreas centrais e norte as chuvas serão melhor distribuídas, aliviando algumas áreas secas do Centro-Oeste. As chuvas também serão melhores distribuídas na Argentina”, complementa o executivo.
No entanto, ele explica ainda que “o mercado no momento não tem muita força para se sustentar acima dos 13,50 para o contrato maio por longo tempo”. E assim, diante desta possibilidade, ainda de acordo com o diretor da Labhoro, “as altas estão limitadas e a recomendação é vender rallies, pelo menos por menos por enquanto”.
Ainda nesta segunda, o mercado se atenta também aos números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) dos embarques semanais e do avanço da colheita 2023/24.
Ao lado dos fundamentos, o quadro geopolítico também permanece no front. A manhã desta segunda-feira – no Brasil, tarde Oriente Médio – se registra um dos mais intensos ataques de Israel na luta contra o grupo terrorista Hamas, no território da Gaza. A incursão por terra acontece e os bombardeios são constantes. O final de semana foi marcado por acusações do Irã a Israel, falha de um acordo no Conselho de Segurança da ONU e o perigo do conflito se tornar regional cada vez mais latente.
“A guerra entre Israel e o Hamas persiste e está se tornando cada vez mais perigosa, com os países produtores de petróleo e possíveis defensores do Hamas, suspender ou reduzir drasticamente a produção.
Por outro lado, a Ucrânia está querendo impor e aumentar as taxas de exportação para um fundo de defesas da guerra, com a criação de licenças de exportação ao preço dos produtos antes do início da guerra”, conclui o diretor do Grupo Labhoro.
Veja como fechou o mercado na última semana: