Clima segue impactando a soja

Conforme o mais recente Boletim Semanal da Conab, o cenário agrícola brasileiro está atravessando um período crítico, caracterizado por condições climáticas desafiadoras em várias regiões. A irregularidade das chuvas, associada a temperaturas elevadas em fases iniciais do ciclo, têm impactado significativamente o desenvolvimento das lavouras de soja.

Em Mato Grosso, observa-se a finalização do plantio. No entanto, a irregularidade das precipitações tem sido um fator preponderante, afetando o desenvolvimento das lavouras em diferentes regiões. O cenário exige uma vigilância constante e possíveis ajustes nas práticas agrícolas para mitigar os efeitos adversos.

Em Goiás, após um período de pausa, o plantio foi retomado devido ao retorno das chuvas. A região experimenta um replantio generalizado, mas as áreas de sequeiro mostram uma melhora significativa com o retorno das precipitações.

No Mato Grosso do Sul, a combinação de precipitações e queda nas temperaturas trouxe melhorias às condições das lavouras. No entanto, há indicações de um encurtamento do ciclo vegetativo, com plantas de menor porte já iniciando o processo de florescimento.

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No Rio Grande do Sul, as frequentes precipitações e alta umidade do solo estão prejudicando o avanço da área semeada. As fortes chuvas têm causado erosão do solo, perda de nutrientes e de sementes, um fator preocupante que requer atenção especial para a recuperação e proteção dos solos.

No Paraná, condições climáticas mais secas têm sido benéficas, contribuindo para a evolução da semeadura e dos tratos culturais. Essa condição se destaca como um aspecto positivo no contexto geral.

Em Minas Gerais, o plantio foi retomado após o retorno das chuvas. No entanto, a redução da população de plantas em várias regiões, atribuída às altas temperaturas e à baixa umidade do solo, é uma questão preocupante.

Na Bahia, as chuvas têm favorecido a semeadura, mas há falhas na germinação e necessidade de replantio em algumas áreas do Oeste, o que demanda atenção e gestão cuidadosa.

No Maranhão, o retorno das chuvas permitiu um avanço maior na área semeada na região de Balsas, marcando um desenvolvimento promissor para esta fase do ciclo agrícola.

No Piauí, chuvas mais volumosas estão criando condições mais favoráveis para o plantio e desenvolvimento inicial das lavouras, um sinal positivo para a produção agrícola da região.

Finalmente, no Pará, a irregularidade das chuvas está causando atrasos no plantio nas regiões Sudoeste e Sudeste, com necessidade de replantio em algumas áreas.

PROGRESSO DA SAFRA

Semana de 20 a 26 de novembro de 2023

Percentual da área semeada nacional: 75,2%

O início da safra da soja, vem sendo marcada por irregularidades, refletido em um atraso  no avanço do plantio em praticamente todos os estados produtores do país. No agregado dos 12 estados monitorados, o avanço é de 75,2% contra 86,1% registrados no mesmo período do ano anterior. Uma defasagem de 10,9% no andamento da safra. 

Os atrasos foram mais significativos em estados como Mato Grosso no começo da temporada, se estabilizando nas últimas semanas. O mesmo é observado no Piauí, Rio Grande do Sul e Minas Gerais.

  • Em Tocantins, o progresso da safra está ligeiramente atrás do ano anterior, mas a semana passada mostrou uma melhora de 5%. O Maranhão, por sua vez, ainda está bem atrás do ritmo do ano passado, mas a recuperação de 19% na última semana.
  • No Piauí, apesar de um atraso considerável em relação ao ano anterior, a recuperação de 28% na última semana é notável e indica uma virada potencialmente positiva. A Bahia, embora ainda atrase em comparação com a safra passada, também viu uma melhora significativa na última semana de 30 para 55% da área plantada. 
  • O Mato Grosso, um estado-chave na produção agrícola, está quase alinhado com o progresso do ano anterior, mas atrasado, e a semana recente mostrou um aumento estável. Mato Grosso do Sul, embora ligeiramente atrás do ano passado, também está mostrando sinais de recuperação consistente.
  • Goiás e Minas Gerais estão enfrentando atrasos mais significativos em relação ao ano passado, mas ambos os estados registraram aumentos robustos na última semana, um indício de que as condições podem estar melhorando. São Paulo, mantendo-se próximo ao ritmo do ano passado, e Paraná, mostrando um ligeiro avanço, refletem uma situação mais estável em comparação com outras regiões.
  • Santa Catarina e Rio Grande do Sul, apesar de ainda estarem atrasados em relação ao ano anterior, mostraram melhorias na última semana, indicando esforços contínuos para superar os desafios climáticos e outros fatores adversos.

A análise é do meteorologista do Portal Agrolink, Gabriel Rodrigues com informações obtidas no boletim de Progresso de Safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e revisão de Aline Merladete

 

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