A 15 dias do fim da colheita nas regiões Oeste e Sudoeste do Paraná, a Coopavel já recebeu em seus armazéns 180 mil toneladas de trigo e atingirá 240 mil toneladas em poucas semanas, a maior recepção do grão da história da cooperativa. “E isso tudo em um momento particularmente especial à cultura, quando o Brasil se aproxima da autossuficiência, o que deverá ocorrer, caso o ritmo atual seja mantido, em no máximo dois anos”, informa o presidente da Coopavel, Dilvo Grolli.
No ano passado, a recepção do grão na cooperativa foi de 188,5 mil toneladas e agora, confirmadas as 240 mil toneladas, o crescimento então chegará a 27% em apenas um ano. “É uma alta fantástica, que mostra a evolução dessa cultura ao longo dos últimos anos. As empresas de pesquisa investiram muito e, atualmente, como mostrou a recente edição do Show Rural Coopavel de Inverno, há disponíveis no mercado cultivares com produtividade na casa de seis mil quilos por hectare, mais que o dobro da média nacional de 2,9 mil quilos/hectare”, conforme Dilvo.
O crescimento da produção de trigo no Brasil nos últimos três anos é surpreendente, comprovando mais uma vez a rápida resposta que o agronegócio brasileiro, diante do avanço da pesquisa e do comprometimento dos seus produtores rurais, oferece aos indicadores nacionais e à sua balança comercial. “No passado, o País chegou perto da autossuficiência e nos últimos 30 anos, principalmente, virou um grande importador, chegando a trazer de fora 7,8 milhões de toneladas em uma única safra, a exemplo do que aconteceu em 2007. Mas de importador, o Brasil segue a passos largos para virar exportador em pouco tempo”, acentua o presidente da Coopavel.
Avanço de 73,5%
A produção de trigo cresceu 73,5% nos últimos três anos no Brasil. Ela saltou de 6,2 milhões de toneladas na safra de 2020 e agora atinge a marca de 10,8 milhões de toneladas. O consumo em território nacional neste ano será de 12,4 milhões de toneladas, o que ainda gera déficit entre produção e demanda de 1,6 milhão de toneladas. Há muito espaço ainda para crescermos no trigo. O Oeste e o Sudoeste do Paraná, que destinam cerca de 440 mil hectares à cultura, observa Dilvo, podem dobrar essa área e consolidar a sua liderança nacional no grão.
Na safra de 2023, o Paraná assumirá a liderança na produção nacional do cereal, com 4,5 milhões de toneladas. Juntos, os três estados do Sul vão produzir perto de dez milhões de tonelada, ou 90% de tudo o que é colhido no País. Idealizador do Show Rural de Inverno, o maior palco para trigo e culturas indicadas para os meses frios do ano, Dilvo Grolli reafirma seu otimismo com o futuro da triticultura nacional. De acordo com ele, o Brasil dá passos determinantes para, além da autossuficiência, elevar consideravelmente a sua produção em tempo recorde e se tornar um exportador do grão que é conhecido e consumido pela humanidade há dez mil anos.