O clima no Meio-Oeste americano continua em foco e, nesta quinta-feira (6), o destaque foi a atualização dos mapas de do Drought Monitor, os quais apontaram uma redução nas áreas cultivadas com soja e milho nos Estados Unidos de 3% em ambas as culturas. Na oleginosa o índice passou a 60% e no milho a 67%. As chuvas dos últimos dias favoreceram a melhora e, no caso do milho, ajudaram até mesmo a promover uma melhora também nas condições das lavouras, como apontou o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) no início desta semana.
De acordo com as informações trazidas pelo Monitor da Seca, as condições melhores registradas no Meio-Oeste americano se deram pelas boas chuvas que chegaram à região, alcançando áreas como o centro e norte de Illinois, Kentucky, partes de Indiana e Ohio. No entanto, a ferramenta também destaca que áreas como o sul do Missouri, leste de Wisconsin, além do centro e norte de Minnesota continuam secos. São mudanças generalizadas, porém, nem todas elas para melhor.
“Nas partes do sudoeste do Missouri, grandes danos à produção agrícola continuaram a ocorrer, pois a seca significativa da primavera continuou no verão e a seca se expandiu, além de ter piorado. A piora localizada das condições aconteceu em partes de Iowa, que perderam as chuvas mais fortes. A seca extrema se desenvolveu dentro e ao redor de Madison, Wisconsin, e a seca severa se expandiu para o leste até Milwaukee. Melhorias em larga escala ocorreram em partes do sul de Iowa, norte de Missouri, centro de Illinois, Chicago, sul de Indiana e centro e leste de Kentucky, bem como partes de Ohio, onde a chuva foi suficiente para reduzir significativamente os déficits de precipitação, aumentar o fluxo de água e melhorar a umidade do solo”, traz o boletim desta quinta do Drought Monitor.
Veja o comportamento da seca nos Estados Unidos nas últimas décadas:
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— GrainStats.com 🌾 (@GrainStats) July 3, 2023
Assim, apesar das melhoras, a preocupação em relação à safra 2023/24 dos Estados Unidos não se dissolveu completamente por conta das últimas chuvas e das próximas que estão previstas para os próximos dias. Afinal, ao contrário do que aconteceu com o milho, o índice de lavouras em boas ou excelentes de soja, nos EUA, voltou a sofrer uma redução.
As chuvas estão chegando, vão se intensificando, mas as temperaturas também se elevaram e estão, portanto, no radar destas preocupações, em esoecial nas áreas mais ao sul do cinturão. E esse calor se alia a preocupações com os baixos níveis de umidade nas camadas do subsolo no país, alerta que já vinha sendo feito pelos especialistas por conta desta falta de reserva hídrica com a qual a safra americana em andamento teria de lidar, e já está lidando.
As lavouras norte-americanas já estão entrando nos estágios reprodutivos, quando a presença de bons índices de umidade são ainda mais necessários.
“Os campos ainda sofrem com ‘chuvas precárias’. E com as colheitas se aproximando ou as lavouras entrando nos estágios reprodutivos, as chuvas precisam continuar vindo para conter mais danos e cumprir as elevadas previsões de rendimento do início deste ano”, explica o meteorologista do portal americano DTN The Progressive Farmer, John Baranick.
O mapa abaixo, do Commodity Weather Group, traz as chuvas das últimas 24 horas nos Estados Unidos.
O reporte do CWG desta quinta-feira aponta que ad chuvas esperadas para os períodos desta sexta-feira (7) a domingo (9), de terça (11) a sexta (14) e no intervalo dos próximos 11 a 15 dias deverão favorecer as regiões do sul do Meio-Oeste e o Delta. Os mapas abaixo trazem previsões para três períodos: 1 a 5 dias; 6 a 10 e 11 a 15 dias. Do lado esquerdo, as previsões de chuvas; do esquerdo, as temperaturas.
Agora, os produtores esperam as chuvas, os mercados as especulam, e a volatilidade continua no mercado futuro norte-americano. E todos aguardam pelo novo boletim mensal de oferta e demanda que chega pelo USDA nos próximos dias, e especialistas acreditando que os números das safras tanto de soja, quanto de milho, deverão ser corrigidas entre as estimativas.