O mês de novembro será marcado pelo desenvolvimento inicial das lavouras de verão. Tanto as chuvas, quanto às temperaturas serão de extrema importância para o estabelecimento inicial das culturas.
Conforme o meteorologista do Portal Agrolink, Gabriel Rodrigues, o mês de outubro teve um clima muito complexo no país, sendo marcado por chuvas extremamente irregulares no centro-oeste, o que possibilitou a ocorrência de temperaturas extremas na superfície do solo. Bem como as chuvas intensas no Centro-Sul do país, que semana após semana degradou as condições das lavouras de trigo, e dificultou a implementação do milho e da soja.
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Parte deste padrão no clima é uma resposta da influência das condições oceânicas, especialmente em relação às condições de El Niño.
Gabriel ainda diz que, as condições de El Niño, são uma certeza ao longo desta safra, também influenciando as condições de chuvas e temperaturas no mês de movembro. As projeções matemáticas de diversos centros meteorológicos ao redor do mundo mantém as condições para o fenômeno até meados do outono de 2024, com o pico de intensidade acontecendo entre dezembro e janeiro e posteriormente seguindo uma tendência de enfraquecimento.
QUAIS AS PRINCIPAIS ATIVIDADES NAS LAVOURAS?
Soja: É esperado o fim do plantio no decorrer do mês de Novembro. Com algumas regiões, historicamente mais adiantadas, como os produtores do Centro-Oeste, avançam pelo Desenvolvimento Vegetativo, chegando até à Floração ainda no mês de Novembro. desta forma, também serão necessárias chuvas mais regulares e temperaturas menos extremas sobre a região. Já no sul do Brasil, novembro é um mês crucial para determinar o estado das lavouras, mas o excesso de chuvas vêm sendo um grande desafio para a safra de 2023/24.
Milho: Apesar de não ser a principal safra do milho, o plantio de Verão ganha ritmo em Novembro nos estados do Centro Norte do País. Ao passo que as lavouras – que historicamente são semeadas mais cedo – têm perspectiva de chegar já à Floração até o final do mês. Contudo, as chuvas estão sendo um fator limitante no sul.
Trigo: Em novembro, apenas os três estados do sul terão trigo no campo, avançando com o Enchimento de Grãos, Maturação e seguindo com as operações de colheita. Contudo, as chuvas excessivas nos últimos meses e a perspectiva de chuvas acima da média em Novembro, traz um cenário de preocupação para o trigo brasileiro.
Algodão: Boa parte das regiões produtoras de algodão, avançam com as operações de semeadura, contudo nesta Safra 2023/24 as operações já avançam de forma mais expressiva no Centro Sul e Extremo Oeste Baiano, portanto, parte dessas lavouras já necessitam de uma melhor disponibilidade hídrica.
Arroz: As chuvas excessivas vêm limitando as operações em campo e o pleno desenvolvimento das lavouras no sul do país. Algumas áreas podem ser comprometidas até mesmo com o replantio. Em novembro a semeadura ainda se desenrola nos principais produtores do país, ao passo que as lavouras mais adiantadas entram nos estádios de desenvolvimento Vegetativo. Na metade norte do país, apesar da irregularidade nas chuvas, as perspectivas são boas.
PREVISÃO
No que diz respeito às temperaturas, a média para o mês de Novembro deverá ficar acima do que é comumente esperado. As áreas com maior probabilidade de registrar essas temperaturas mais altas ficam no centro norte do país. Sendo o fenômeno El Niño, um dos responsáveis por este padrão. Já na região sul, particularmente no extremo sul do país, são esperadas temperaturas dentro da média histórica.
Já em relação às chuvas, também é esperado um padrão característico do fenômeno El Niño. Ou seja, é esperado um mês de Novembro, com chuvas acima da média na região sul do Brasil, ao passo que o centro-norte terá menos chuvas do que acontece normalmente. Na metade sul de Mato Grosso e Goiás , a perspectiva é de chuvas muito irregulares.
Tanto a perspectiva de chuvas, quanto de temperaturas, apresentam um padrão “conhecido” – que ainda é a forte influência do fenômeno El Niño – além de manter um sinal das condições que estão sendo registradas nas últimas semanas.
O material foi elaborado pelo metereologista, Gabriel Rodrigues com revisão de Aline Merladete.