Os produtores de Feijão-carioca estão com os armazéns cheios nas regiões produtoras, mas não querem vender agora, esperando melhores momentos. Eles sabem que as safras do Noroeste de Minas Gerais, do Vale do Araguaia em Goiás e do Mato Grosso são as referências de preço até março do ano que vem, e que podem haver oscilações de acordo com o clima e a qualidade dos grãos. Essas regiões são responsáveis por grande parte da oferta nacional de Feijão-carioca.
Os empacotadores, por sua vez, também não querem que os preços caiam agora, pois isso dificultaria as negociações no varejo. Eles preferem pequenas correções positivas sem recuos, que facilitam o repasse aos consumidores, do que grandes valorizações que podem gerar resistência e queda nas vendas. Os empacotadores devem ficar atentos à safra do estado de São Paulo, que começa a ter a colheita dos primeiros lotes. Essa safra pode ser a razão para não ocorrer uma escalada mais rápida de preços, pois aumenta a oferta no mercado interno. No entanto, essa safra tem sido absorvida dentro do estado nos últimos anos. Segundo os sementeiros, agrônomos e comerciantes da região, há dúvidas sobre a área total, principalmente. Mas vamos imaginar que se colha como está no gráfico abaixo, a área e a produtividade ainda assim seriam 49.000 toneladas.
O consumo de Feijão-carioca é de no mínimo 175 mil toneladas por mês, mas pode variar para mais de agora em diante. Quando os preços estão baixos nas gôndolas, como agora, o Feijão-carioca é o mais procurado, mesmo em regiões que preferem o Feijão-preto. Quando os preços estavam altos, para o carioca, como ocorreu no primeiro semestre deste ano, o Feijão-preto ganhou espaço, pois os consumidores tem buscado alternativas mais econômicas e igualmente saudáveis. Por isso, para quem compra preço, o Feijão-carioca é o da vez e há boa chance que o consumo nestes próximos meses supere o volume médio de 175 mil toneladas por mês.