O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, avaliou ontem que o valor previsto para financiamentos no Plano Safra 2023/2024 ultrapassará R$ 400 bilhões e sinalizou uma expansão nas linhas de crédito voltadas para a armazenagem de grãos, uma vez que o país enfrenta um déficit de silos diante da safra recorde.
“Acho que vai ultrapassar R$ 400 bilhões. Eu vou acertar o que falta acertar, que são os últimos detalhes e os prêmios para as boas práticas de sustentabilidade feitas pelos produtores brasileiros”, afirmou Fávaro em entrevista a jornalistas no Ministério da Fazenda, após reunião com secretários da pasta.
A Reuters publicou na semana passada, com base em uma proposta que estava sendo discutida no governo, que o Plano Safra poderia ter redução de até dois pontos percentuais nos juros do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor (Pronamp), para até 6% ao ano, caso o agricultor siga práticas sustentáveis. Fávaro não confirmou ao ser questionado.
O ministro destacou que o plano vai estabelecer investimentos na armazenagem de grãos, e que também haverá uma expansão das “inovadoras” linhas de financiamento rural do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para produtores agrícolas que têm receita em dólar ou atrelada à moeda norte-americana.
“Os grãos, soja, milho e trigo, são cotados em dólar, portanto, não há risco cambial. Será ampliada, então, a linha de crédito para armazéns também”, disse.
A linha para quem tem recebíveis em dólar conta com taxa de juros fixa de 7,59% ao ano, mais a variação do câmbio. Ela foi anunciada em abril. Em maio, o governo divulgou que iria dobrar os recursos da linha, inicialmente com disponibilidade de 2 bilhões de reais, devido à alta demanda inicial.
Na terça-feira
O ministro disse que o valor total do plano já foi acertado e aprovado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que eventuais negociações antes do anúncio não serão focadas nesse aspecto.
As informações são da Reuters*