Por Maximilian Heath
BUENOS AIRES (Reuters) – Os agricultores argentinos poderão plantar mais campos com soja do que o inicialmente estimado, informou a Bolsa de Cereais de Buenos Aires nesta quinta-feira, à medida que as chuvas põem fim a uma seca que afetou grandes partes dos centros agrícolas.
Num relatório dias depois de os agricultores terem começado a plantar a soja para a temporada 2023/24 na Argentina, um dos principais exportadores mundiais de óleo e farinha de soja, a bolsa disse que a área plantada poderia ultrapassar os 17,1 milhões de hectares inicialmente previstos.
As chuvas chegaram tarde demais para os campos originalmente destinados a algumas culturas, como o milho precoce na parte norte do núcleo agrícola da Argentina e a cultura de girassol no oeste, disse a bolsa, fazendo com que fossem redestinados à soja.
Cerca de 6,1% dos campos de soja pretendidos já foram semeados, acrescentou a bolsa, impulsionados pelas chuvas, mas ainda 13 pontos percentuais abaixo do ritmo médio das últimas cinco temporadas.
As chuvas também permitiram que os campos de milho plantados se recuperassem dos danos causados pelas geadas tardias, disse. Os agricultores plantaram 24,7% dos 7,3 milhões de hectares pretendidos dedicados à cultura no terceiro país exportador de milho do mundo.
Enquanto isso, os agricultores estavam colhendo suas safras de trigo 2023/24, informou a bolsa, com 14,4% dos 5,9 milhões de hectares de campos de trigo semeados já debulhados.
A bolsa estima a colheita de trigo da Argentina em 15,4 milhões de toneladas, embora o último relatório tenha alertado para a possibilidade de geadas tardias danificarem alguns lotes.
Isto ocorre depois de uma seca histórica no ano passado ter devastado o setor agrícola e reduzido para metade a produção de trigo da Argentina, para cerca de 12 milhões de toneladas.