Qualidade da soja brasileira será discutida em Conferência de Pós- colheita em Goiás

A VIII Conferência Brasileira de Pós-Colheita (VIIICBP2023) e o V Simpósio Goiano de Pós-Colheita vão discutir de forma abrangente temas relacionados à qualidade da soja, entre os dias 24 e 26 de outubro de 2023, no Centro Tecnológico Comigo, em Rio Verde (GO). Com foco na “Gestão da pós-colheita de grãos para sustentabilidade do agronegócio”, os eventos são promovidos pela Associação Brasileira de Pós-Colheita de Grãos (Abrapós), reunindo especialistas, pesquisadores e produtores para discutir os avanços e os desafios na pós-colheita e na qualidade da soja.

Um dos palestrantes de destaque, Marcelo Alvares de Oliveira, pesquisador da Embrapa Soja, abordará informações essenciais sobre o Projeto Qualigrãos que foi realizado pela Embrapa no Brasil entre os anos de 2015 e 2019. Também analisará a safra (2021/2022) nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, onde ocorreram problemas climáticos, destacando a influência da seca nas variáveis proteína, óleo, acidez e teor de clorofila dos grãos de soja. Por fim, discutirá as correlações entre as variáveis de qualidade da soja, com base nos resultados do Qualigrãos.

O pesquisador enfatizou que a qualidade da soja no Brasil tem sido um tópico contínuo de discussão, e o Projeto Qualigrãos desempenhou um papel fundamental, fornecendo uma avaliação abrangente da qualidade da soja no país.

Ao longo desses quatro anos, mais de mil amostras de soja foram coletadas anualmente, abrangendo nove estados em 2014/2015 e dez estados nas três safras seguintes, quando se incluiu o estado do Tocantins. Com a colaboração de cerca de 60 parceiros, o projeto buscou avaliar e analisar a qualidade da soja brasileira.
“Os resultados revelaram uma mudança significativa na composição da soja brasileira ao longo dos anos, com a média de óleo atingindo cerca de 22,5% e a proteína situando-se em torno de 37%”, informa Alvares.

Manejo – Para complementar o painel, o professor Maurício de Oliveira, da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), no Rio Grande do Sul, abordará “Consequências do manejo pós-colheita na qualidade industrial da proteína e do óleo de soja e nas perdas”. Ele enfatiza que a gestão adequada do grão começa na lavoura, incluindo o momento certo da colheita, a secagem adequada e a limpeza completa.

“Para o armazenamento, é essencial adotar medidas como segregação de grãos de alta qualidade, pré-limpeza para remover impurezas, classificação de acordo com padrões de qualidade do mercado, uso de técnicas de atmosferas controladas (gás carbônico) e avaliação regular da qualidade dos grãos armazenados, incluindo teor de óleo, proteína e defeitos”, acrescenta Oliveira.

Classificação

Está prevista ainda uma palestra dedicada à classificação de grãos com a consultora da ABIOVE/ANEC, de Viçosa, (MG), Fatima Chieppe Parizzi. De acordo com ela, a classificação, realizada no momento da comercialização, permite conhecer a qualidade de um lote, para que, rapidamente, seja tomada a decisão mais acertada quanto à destinação do produto recebido ou adquirido. Tais procedimentos incluem a limpeza, secagem, armazenamento, transporte e as variadas opções de processamento.

“Conhecendo a qualidade da soja, o responsável terá a segurança necessária para a tomada de decisão mais adequada. Observem que todo esse processo de comercialização é muito dinâmico, exige que nos diferentes pontos da cadeia produtiva, tenhamos respostas ágeis e precisas”, afirma Fátima.

Os dois eventos são promovidos pela Associação Brasileira de Pós Colheita de Grãos (Abrapos) e têm o apoio de diversas entidades representativas, como o Instituto Federal Goiano-Campus Rio Verde, Sindicato dos Armazéns Gerais de Goiás (SAGG), Caramuru Alimentos e a Comigo-Cooperativa Agroindustrial dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano.

Sobre a Abrapos

Fundada em 1987, a Associação Brasileira de Pós-Colheita é uma organização sem fins lucrativos que visa promover o desenvolvimento tecnológico e a inovação na área de pós-colheita de grãos. A sede da associação fica em Londrina, no Paraná, e seu objetivo é contribuir para a diminuição das perdas de grãos que ocorrem durante e depois da colheita, beneficiando os produtores, os armazenadores e os profissionais do setor.

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