SÃO PAULO (Reuters) – A safra de soja do Brasil em 2023/24 deve alcançar recorde de 160 milhões de toneladas, queda de cerca de 4 milhões de toneladas na comparação com a previsão do mês passado, por conta dos efeitos da seca no centro-norte do país, afirmou nesta sexta-feira a consultoria Cogo Inteligência em Agronegócio.
Apesar dos problemas climáticos, a safra do maior produtor e exportador global de soja ainda deverá crescer 3,5% na comparação com a temporada anterior, com um crescimento de 2,9% na área plantada e forte recuperação na colheita do Rio Grande do Sul, atingido pela seca no ciclo anterior.
O sócio-diretor da Cogo, Carlos Cogo, afirmou em nota que a previsão é de retorno das chuvas entre dezembro e março, “o que deverá favorecer as lavouras do Brasil Central e atenuar a estiagem no Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia)”.
“Neste cenário, não há indicativos de quebras expressivas, com boas produtividades previstas para as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, compensando parte de possíveis perdas de potencial produtivo no Matopiba.”
A produção do Rio Grande do Sul deverá saltar 73,6% na comparação anual, para 22,6 milhões de toneladas, enquanto a Cogo vê queda de 6,3% na safra de Mato Grosso, para 42,7 milhões de toneladas, por conta do tempo seco e quente no início da ciclo.
Já a produção total de milho do Brasil em 2023/2024 deve alcançar 119,3 milhões de toneladas, ante 121,6 milhões de toneladas na estimativa anterior, versus recorde de 131,9 milhões de toneladas na temporada anterior.
A Cogo projeta uma queda de 2,5% no plantio de milho, em meio a preços baixos, para 21 milhões de hectares.
(Por Roberto Samora)