SAFRAS corta produção brasileira de trigo em 2023 devido a excesso de chuvas

O mercado brasileiro de trigo segue operando com poucos negócios. Os produtores, além de focados nos trabalhos de colheita, se colocam na defensiva à espera de uma definição da safra, em meio ao clima adverso. Além disso, a expectativa em relação a intervenção do Governo Federal para a garantia dos preços mínimos faz com que o lado vendedor se retraia ainda mais.

Os temores de que os efeitos do fenômeno El Niño trariam danos à produção de trigo no Brasil estão se consolidando. No Paraná, onde as estimativas iniciais apontavam para uma produção próxima a 4,4 milhões de toneladas, os novos números de SAFRAS & Mercado apontam para 3,7 milhões de toneladas. No Rio Grande do Sul, números preliminares apontava para 5,4 milhões de toneladas e as projeções atuais sinalizam para cerca de 4,785 milhões de toneladas.

Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Elcio Bento, com a colheita ainda em andamento, esses números ainda devem sofrer novos ajustes. Se confirmados, comparada ao mesmo período do ano passado, a produção paranaense apresentaria um incremento de 100 mil toneladas enquanto a gaúcha recuaria 1,225 milhão de toneladas.

A safra brasileira de trigo deve totalizar 10,355 milhões de toneladas em 2023. A expectativa de SAFRAS & Mercado foi reajustada para baixo devido ao excesso de umidade e às altas temperaturas no inverno. Anteriormente, eram esperadas 11,540 milhões de toneladas. No ano passado, o Brasil produziu 11,417 milhões de toneladas.

Paraná

Conforme o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura do Paraná, até 17 de outubro, a colheita atingia 80% da área no estado. Na semana anterior, eram 73%. A maioria das lavouras está em boas condições. O Deral ainda estima a safra paranaense em 4,155 milhões de toneladas.

Rio Grande do Sul

Já no Rio Grande do Sul, a colheita de trigo atingia 19% da área, até 19 de outubro. Na semana anterior, os trabalhos chegavam a 11%. Em igual momento do ano passado, eram 5%. A média dos últimos cinco anos é de 18%.

Segundo a Emater/RS, os resultados obtidos nas áreas em colheita indicam a redução na produtividade em relação ao estimado inicialmente. Além disso, cresce a preocupação com a qualidade, especialmente em relação à eventual presença de micotoxina, derivada da alta umidade no período final do ciclo da cultura e da elevada incidência de giberela.

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