RIO DE JANEIRO (Reuters) – A produção de milho do Brasil em 2023/24 deverá somar 129,156 milhões de toneladas, estimou nesta sexta-feira a consultoria Safras & Mercado, reduzindo em 6,6 milhões de toneladas sua última projeção divulgada em setembro, mostrou relatório.
Na temporada 2022/23, o Brasil colheu um recorde 140,87 milhões de toneladas, segundo a consultoria.
Para o consultor da SAFRAS & Mercado, Paulo Molinari, o ajuste para baixo nos números leva em conta os problemas de clima causados pelo fenômeno El Niño, que prejudicaram tanto o plantio como o desenvolvimento das lavouras de verão de milho, bem como a soja.
O atraso na soja deverá contribuir para uma redução na janela de cultivo no Mato Grosso e na região do Matopiba, na segunda safra de milho.
Pela nova estimativa, a produção de milho de verão no centro-sul do Brasil deverá atingir 26,399 milhões de toneladas, abaixo dos 26,859 milhões de toneladas estimadas em setembro, com uma menor área plantada.
Mas o corte foi maior para a segunda safra de milho do centro-sul, que será plantada somente no próximo ano e está agora estimada em 89,171 milhões de toneladas, aquém das 94,747 milhões de toneladas previstas em setembro e abaixo do volume recorde registrado em 2023, de 99,913 milhões de toneladas.
A área prevista da segunda safra é de 14,789 milhões de hectares, abaixo dos 15,48 milhões de hectares previstos em setembro.
Molinari ressaltou que diante de uma tendência de corte nos investimentos de tecnologia por parte dos produtores e de um plantio fora da janela ideal de cultivo, a produtividade média da segunda safra de milho deve recuar.
A Safras ainda considera uma produção de 13,6 milhões de toneladas no Norte e Nordeste, versus 16,1 milhões na temporada passada.
(Por Marta Nogueira)