A safra 2023/24 (dezembro-novembro) da Tailândia, que está entre os três maiores produtores globais, caminha para ser a segunda pior dos últimos 14 anos no país, próxima do patamar da temporada de 2009/10, totalizando 74 milhões de toneladas. No ciclo em andamento, 2022/23, a produção de cana deve ficar em cerca de 94 milhões de t.
“Apesar dos preços recordes da cana para os agricultores tailandeses na temporada 2022/23 e dos preços mais altos previstos para a safra 2023/24, acreditamos que a oferta de cana para a próxima temporada cairá para 74 milhões de toneladas”, disse a trading inglesa Czarnikow.
Os preços devem ser os mais altos em mais de uma década, previstos em cerca de THB 1.100 por tonelada.
Não é só a Tailândia que enfrenta problemas com a sua safra de cana-de-açúcar. Outros países asiáticos, como a Índia, também têm impactos. Com isso, fica cada vez mais evidente a dependência do mundo pela safra 2023/24 do Brasil, que pode ter moagem próxima das 600 milhões de t, e tomará parte do mercado.
A trading explica que o resultado da safra 2023/24 deve ser impactado pela redução na área plantada devido às culturas concorrentes, que pagam mais aos agricultores, além de risco de um menor rendimento agrícola devido ao clima seco previsto como resultado do padrão climático El Niño.
“Menos de 20% da área de cana da Tailândia tem acesso à irrigação adequada, o que significa que nos anos em que há menos chuvas, o rendimento da cana sofre muito”, disse a trading.
Os preços da mandioca na Tailândia, por exemplo, subiram cerca de 9% impulsionados por uma demanda mais forte. “Esperamos que os preços da mandioca permaneçam fortes ao longo de 2023, portanto, com um preço atual da raiz de THB 3.360 por t”, destaca.
Uma boa notícia aos produtores de cana da Tailândia diz respeito aos custos. Os preços dos fertilizantes recuaram das altas do ano passado. “Apesar dos preços mais baixos, ainda estamos céticos de que a aplicação de fertilizantes, especialmente para pequenos e médios agricultores, retornará aos níveis ‘normais'”, explica a Czarnikow.
As exportações de açúcar na Tailândia em 2023/24 são esperadas em 2,5 milhões de toneladas pela trading, o menor volume desde 2020/21, suportada por uma produção no país de 8 milhões de t.