Por Roberto Samora
SÃO PAULO (Reuters) – A comercialização de soja do Brasil da temporada 2022/23 avançou para 51% da produção projetada até 5 de maio, segundo relatório da consultoria Safras & Mercado divulgado nesta sexta-feira.
Na comparação com o levantamento do começo do mês passado, as vendas de soja avançaram 6,7 pontos percentuais, mas ainda seguem abaixo da média de cinco anos para o período (67,1%).
O ritmo de negócios no último mês avançou bem em relação a meses anteriores, mas ficou ainda atrás do avanço registrado entre fevereiro e março, quanto saltou quase 9 pontos percentuais, disse o analista da Safras, Luiz Fernando Roque.
“O produtor tem necessidade de venda, mesmo com o preço caindo”, disse ele, explicando que os agricultores têm contas a pagar após a colheita.
Os preços da soja caíram recentemente para os menores níveis em três anos no Brasil, com a colheita de uma safra recorde e pressão de um déficit de armazenagem no país.
Em igual período do ano passado, a negociação da safra brasileira envolvia 61% do total.
As vendas foram mais lentas no início da safra após produtores ficarem cautelosos diante de forte alta de custos. Além disso, muitos estavam capitalizados por bons preços do último ano, e seguraram as transações.
Com os negócios realizados até o início do mês, os produtores já comercializaram 79,14 milhões de toneladas.
NOVA SAFRA
As vendas antecipadas da safra 2023/24 do Brasil já iniciaram, e a Safras projeta 6% de vendas realizadas, considerando uma colheita hipotética de 155,08 milhões de toneladas (repetindo o número da atual produção).
Em igual período do ano passado, a comercialização antecipada da safra futura era de 12%, e a média para o período é de 17,1%.