A diferença entre o máximo potencial produtivo de uma lavoura, já levando em conta a quantidade de água disponível, e a produtividade média efetivamente registrada na colheita é conhecida como Yield Gap, ou lacuna de produtividade.
Um levantamento apresentado pelo Field Crops aponta que, olhando as médias dos últimos 15 anos, os Estados Unidos tiveram potencial de 4,8 toneladas por hectare e uma lacuna de 22%, a Argentina teve potencial de 3,9 toneladas por hectare e 32% de lacuna e o Brasil um potencial de 5,4 toneladas por hectare e 45% de lacuna.
O professor da Universidade Federal de Santa Maria/RS, Alencar Zanon, explica que os principais fatores que tiram produtividade das lavouras de soja são a época de plantio, uso de fertilizantes e escolha da cultivar. Outros pontos de atenção são tipo de solo, fungicidas e defensivos.
Olhando para a época de plantio, que é o principal fator limitante de produtividade no Brasil, as pesquisas apresentadas por Zanon apontam que no Rio Grande do Sul, por exemplo, o plantio após o dia 23 de outubro retira entre 37 e 39 kg por dia da produtividade média da soja.
Na faixa que pega o sul do Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo, a perda é de 39 a 42 quilos por dia na produtividade das lavouras semeadas após o dia 27 de outubro. Já o médio norte do Mato Grosso perde entre 27 e 29 quilos por dia para plantios realizados após o dia 06 de novembro.
A recomendação do pesquisador é que produtores, agrônomos e consultores, façam um acompanhamento de perto das lavouras e anotem todas as informações como cultivar utilizada, época de plantio, quantidade e data da aplicação de adubo e de defensivos, tipo de solo, quantidade de chuvas e de água disponível no solo antes da semeadura.
Assim será possível entender quais fatores estão limitando a produtividade média registrada de se aproximar do potencial máximo produtivo. Nos cálculos apresentados por Zanon, um manejo mais eficiente das lavouras poderia acrescentar 1,7 tonelada por hectare na produtividade da soja no cerrado brasileiro.