Ela é a estrela da natureza, o primeiro sinal de que a vida é possível, o ponto de partida para a multiplicação das espécies. Tudo começa na semente. Além de ser a base para a reprodução vegetal, na natureza, a semente é também fonte de alimento para muitos animais e essencial para a alimentação humana. As sementes foram o primeiro elo entre a humanidade e a produção de plantas, lá na pré-história. Quando o homem descobriu o poder de germinação das sementes e a capacidade para dar origem a uma nova planta, ele imediatamente reconheceu que aquela estrutura minúscula poderia ser muito importante para a sua alimentação e sobrevivência. Desde então, elas se tornaram uma fonte de carboidratos, de proteínas e de vitaminas, contribuindo para o desenvolvimento das civilizações.
Sabendo que as sementes são estruturas extremamente importantes para a sobrevivência das plantas no ambiente terrestre, e para o bom desempenho das lavouras em todas as regiões do país a Abrass – Associação Brasileira dos Produtores de Sementes de Soja – vê o Dia da Semente como uma oportunidade para reconhecer o papel vital desse insumo na agricultura, na segurança alimentar e no desenvolvimento sustentável, com foco específico nos desafios e realizações do setor de sementes de soja.
As sementes são responsáveis por proteger o embrião, além de garantir a dispersão das espécies pelo ambiente. Foi o reconhecimento desse importante papel na natureza e na produção de alimentos que deu origem ao dia nacional da semente, comemorado no dia 21 de agosto. O intuito dessa celebração é reforçar a importância do mercado de sementes e, em especial, o de sementes da soja, o principal produto da balança comercial brasileira.
A cultura da soja representa a principal cadeia agrícola no Brasil com Valor Bruto da Produção (VPB) estimado em 328 bilhões de reais para 2023, 2,5% maior que em 2022, e a semente de soja é o pilar fundamental para essa produção, tendo impactos econômicos, sociais e ambientais significativos para o país. Afinal, a semente não é apenas um grão que germina. Há algumas décadas a ciência e a tecnologia vem estudando e avançando no melhoramento genético e no tratamento das sementes que formam uma das maiores riquezas do nosso país, a produção agrícola. Diferente de um ‘grão’, a semente possui atributos de qualidades genética, física, fisiológica e sanitária que lhe confere a garantia de elevado desempenho agronômico, sendo a base fundamental do sucesso para uma lavoura tecnicamente bem instalada.
Do ponto de vista biológico, a semente é o óvulo desenvolvido e fecundado, ela contém o embrião, a origem da vida. Assim como nós humanos passamos por uma série de transformações ao longo da vida, a semente germina, cresce, evolui para dar frutos. E assim como na vida, no campo a semeadura depende de boas estratégias e sem sementes não há produção e nem colheita. No campo, o agricultor sabe que para cultivar não basta apenas ter sementes, para uma boa safra elas precisam de avanços tecnológicos e de programas de melhoria que garantam ampla colheita e rentabilidade. Esses objetivos dependem de muito investimento, de pesquisa e o melhoramento genético que permitem o desenvolvimento de novas cultivares com biotecnologia que oferecem um maior controle sobre plantas daninhas e proteção contra lagartas.
Nas últimas décadas a biotecnologia permitiu um grande desenvolvimento das sementes de soja, não apenas com a transgenia, mas também com o melhoramento genético que tem ajudado muitos agricultores no cultivo das safras, colhendo uma produtividade cada vez maior. Além de resultar num maior volume de alimentos, rações e fibras usando menos recursos (terra, água, insumos e outros), a biotecnologia permite a redução dos danos causados por pragas e o melhor controle de plantas daninhas. Um estudo realizado pela consultoria inglesa PG Economics e adaptado pela CropLife Brasil apontou que a cada dólar investido em sementes transgênicas, os produtores têm um retorno de U$ 3,76 dólares. Ainda, de acordo com esse estudo, de 1996 a 2020, a utilização de sementes transgênicas das mais diversas culturas (soja, algodão, milho etc.) trouxe o aumento de renda financeira para os produtores de US$ 261,3 bilhões e, em 2020, o total da área de cultivada com transgênicos no mundo era de 186 milhões de hectares.
Os produtores de sementes associados da Abrass são responsáveis por suprir esse mercado crescente com sementes de qualidade adaptadas às condições de solo e clima de cada região do Brasil, o que tem resultado em lavouras cada vez mais produtivas e novos recordes a cada safra. Ao olhar para a semente, o presidente da associação, Gladir Tomazelli, reconhece a grandeza desse elo entre a ciência e o agricultor. “O dia da semente nos faz reverenciar a origem da vida e as constantes evoluções para nos tornarmos indivíduos cada vez melhores. Não é diferente quando investimos em biotecnologia para desenvolver e produzir as nossas sementes. Estamos investindo na base das nossas riquezas, na origem, afinal, tudo começa na semente”, enfatiza.