Brasil encerra semana negociando mais de 2,5 mi de t de soja diante de preços melhores nos portos

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O mercado brasileiro da soja vai concluindo a semana com mais de 2,5 milhões de toneladas negociadas diante da melhora e manutenção dos preços, principalmente nas referências para os portos, segundo informou a Brandalizze Consulting. Segundo o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, as cotações testaram seus melhores níveis desde a colheita no Brasil, o produtor esteve atento e aproveitou estes momentos, os quais vieram mesmo com pressão e volatilidade para os futuros na Bolsa de Chicago. 

“O produtor aproveitou estas altas e vai fechando uma semana muito boa”, diz. “Os níveis melhoraram e estão se mantendo neste final de semana, com as melhores cotações em várias semanas”. Brandalizze volta a destacar que os melhores registros nos portos continuam a ser observados no porto de Rio Grande, com os valores oscilando entre R$ 141,00 – no julho – e R$ 143,00 – no setembro – por saca nesta sexta-feira (7), tendo testado até R$ 150,00 nos melhores momentos dos últimos dias. Já em Paranaguá, os preços variaram de R$ 137,00 a R$ 140,00. 

A volatilidade que foi bastante presente entre os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago se compensou, ao menos em partes, pela valorização do dólar frente ao real. Da última sexta-feira (30) a esta quinta (6), a divisa acumulou um ganho de 1,7%, e de 1,04% se contabilizado até perto do fechamento desta sexta (7), no momento da reportagem, quando a moeda vinha sendo cotada a R$ 4,86. 

Além do dólar, a melhora no mercado de prêmios também aconteceu nesta semana e contribuiu mais ainda para a melhora das referências no mercado nacional. “O prêmio positivo agora é o prêmio de setembro, com o vendedor querendo 25 centavos de dólar acima de Chicago, o comprador paga 5, e este é o prêmio do melhor momento”. 

BOLSA DE CHICAGO

Na Bolsa de Chicago, os futuros da oleaginosa fecharam a sexta-feira perdendo entre 19,50 e 21,75 pontos nos principais contratos, com o agosto encerrando os negócios com US$ 14,27 e o novembro com US$ 13,17 por bushel. O primeiro vencimento acumulou uma perda semanal de 1,04% e o seguinte, de 1,94%. 

“O mercado começa a retirar parte do prêmio de risco climático embutido nas cotações durante o mês de junho”, explica o time da Agrinvest Commodities. 

Os traders vão alinhando e ajustando suas posições depois de uma semana de bastante volatilidade na CBOT, mas sem desviar suas atenções dos fundamentos. O foco permanece sobre o clima no Meio-Oeste americano. As condições têm melhorado por lá, porém, a safra 2023/24 segue fragilizada e precisa de uma melhora mais consistente para garantir uma recuperação mais forte das lavouras. 

Os mapas continuam indicando boas chuvas para os próximos dias, porém, elas precisam se confirmar para dar um sinal mais claro. “O mercado está incerto sobre a chegada das chuvas em 80% do cinturão agrícola dos EUA nos próximos 10 dias. Tais precipitações, se confirmadas, contraem a ‘área sob seca’ nos EUA. Na indefinição, o mercado quer saber: será que essas chuvas se confirmam?”, afirma o diretor da Pátria Agronegócios, Matheus Pereira. 

A imagem abaixo mostra a previsão para os próximos sete dias nos EUA, pelo modelo do NOAA – o serviço de clima oficial do governo americano – com bons volumes sendo esperados, em especial, pro leste do Corn Belt. 

7 dias noaa
Mapa: NOAA

E os mapas mais alongados – para 6 a 10 dias, ou de 13 a 17 de julho – indicam chuvas acima a média e temperaturas abaixo, o que também poderia ser favorável para o desenvolvimento das lavouras. 

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Probabilidade de chuvas nos EUA para 6 a 10 dias – Mapa: NOAA
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Probabilidade de temperaturas nos EUA para 6 a 10 dias – Mapa: NOAA

“Para a soja, o movimento é mais significativo dada a relação soja: milho na CBOT, que sofreu fortes distorções nos últimos dias”, complementa a Agrinvest. 

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